Publicidade

Estado de Minas SAÚDE

Especialista tira dúvidas sobre a vacina contra o HPV

O Papilomavírus Humano afeta mais de 50% da população brasileira entre 16 e 25 anos, sabia?


postado em 29/11/2017 10:22 / atualizado em 29/11/2017 10:28

Além de prevenir contra os problemas genitais causados pelo HPV, a vacina também protege as meninas contra o câncer de colo do útero(foto: Flickr/André Luiz D. Takahashi/Reprodução)
Além de prevenir contra os problemas genitais causados pelo HPV, a vacina também protege as meninas contra o câncer de colo do útero (foto: Flickr/André Luiz D. Takahashi/Reprodução)
Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 54,6% da população brasileira entre 16 e 25 anos estão comtaminados com o vírus do HPV, sendo que 38,4% são de tipos de alto risco para o desenvolvimento de câncer.

O ginecologista Renato de Oliveira, da clínica Criogênesis, de São Paulo, esclarece que o HPV, ou Papilomavírus Humano, é transmitido preferencialmente por meio da relação sexual,s endo a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum no mundo. "Existem mais de 200 tipos diferentes desse vírus, dos quais aproximadamente 45 infectam a região ano-genital feminina e masculina. O HPV pode causar lesões benignas [verrugas genitais, conhecidas popularmente como 'crista de galo'] tanto em homens quanto em mulheres, e lesões pré-cancerosas e câncer propriamente dito, principalmente do colo uterino, sendo importante lembrar que o grupo de vírus que causa a lesões benignas é diferente do grupo que causa a doença maligna", comenta o médico.

Para prevenir o problema, além da realização do exame Papanicolau pelas mulheres e do uso de preservativo nas relações sexuais, é essencial recorrer à vacina, que possui eficácia comprovada.

O especialista aproveita para esclarecer algumas dúvidas sobre a imunização contra o HPV:

A vacina é segura?
Sim. "A vacina contra o HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres contra os principais tipos de vírus relacionados ao câncer de colo uterino. No caso da oferecida pelo governo às meninas, há a proteção adicional contra os principais tipos de HPV relacionados com lesões condilomatosas. A vacina apresenta proteção de 98% contra o câncer do colo do útero e funciona melhor quando administrada antes de a pessoa ter qualquer contato com alguns tipos de papilomavírus humano", afirma Renato de Oliveira. Ele lembra que mesmo os indivíduos que já iniciaram a vida sexual também podem receber a vacina, pois o contato com o vírus não gera resposta imune protetora, ao contrário da aplicação da vacina.

Quais os tipos de vacina?
O médico explica que existem duas vacinas aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): a bivalente, contra os HPV's 16 e 18; e a quadrivalente, contra os tipos 6, 11, 16 e 18. A quadrivalente, apesar de gratuita apenas para meninas de 11 a 13 anos, é recomendada para homens e mulheres de 9 a 26 anos. A vacina bivalente pode ser utilizada a partir dos 9 anos.

Quantas doses devem ser tomadas?
O esquema vacinal é de três doses para completar a proteção. "Com a bivalente, a segunda dose é aplicada depois de um mês da primeira e, a terceira, após cinco meses da segunda. Já na quadrivalente, a segunda fase acontece apenas dois meses após a primeira e a terceira, seis meses depois da inicial", diz o ginecologista.

Existem efeitos colaterais?
"Como acontece com a maioria das vacinas, as reações mais comuns são relacionadas ao local da injeção como dor e vermelhidão por exemplos". Em geral, conforme o especialista, esses sintomas são de leve intensidade e desaparecem no período de 24 a 48 horas. Há também a possibilidade de reações alérgicas para alguns pacientes.

Quem pode ser vacinado?
Renato afirma que, em princípio, a vacinação era restrita às pacientes de 9 a 26 anos. Entretanto, os meninos passaram a ser vacinados e existe benefício mesmo para pacientes que já tiveram o início da atividade sexual e estão acima dos 26 anos.

A vacina tem contraindicação?
Sim. "A vacina é contraindicada para gestantes e indivíduos com doenças agudas ou com hipersensibilidade aos componentes da vacina".

A vacina pode causar a infertilidade?
Segundo Renato de Oliveira, isso ainda não foi comprovado. "Há relatos de algumas adolescentes na Austrália, no Japão e na Inglaterra que apresentaram menopausa precoce e até mesmo infertilidade após terem tomado as doses da vacina". No entanto, ainda não há comprovação de que ela tenha causado esses problemas, nem que os tenha desencadeado.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade