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Estado de Minas SAÚDE

Quem tem diabetes deve ter cuidado com feridas nos pés

O chamado pé diabético é grave e pode levar até à amputação do membro


postado em 13/11/2017 13:19 / atualizado em 13/11/2017 13:50

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil possui cerca de 14 milhões de pessoas vivendo com o diabetes. Neste universo, cerca de um milhão de pacientes desenvolverão úlceras e 200 mil precisarão passar por amputações, das quais cerca de 40 mil devem levar ao óbito.

Muitos não sabem, mas o risco de um diabético sofrer uma amputação é 25 vezes maior do que o de um indivíduo sem a doença, sendo que cerca de 10% dos pacientes podem sofrer amputação de membros inferiores, causados pelo chamado pé diabético – infecção, ulceração ou qualquer tipo de destruição dos tecidos dos pés.

"Esses números são muito preocupantes. Infelizmente, ao não controlar adequadamente a glicemia [nível de açúcar no sangue] e o uso correto de medicamentos, criam-se condições para o aparecimento de complicações que afetarão sensivelmente a qualidade de vida do paciente e de sua família", esclarece Fadlo Fraige Filho, presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes. Entre as complicações microvasculares da doença estão os danos nos nervos, que podem levar à diminuição da sensação de dor e agravar feridas existentes nos pés; e nos rins e nos olhos, chegando a evoluir para insuficiência renal e cegueira.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 40% e 70% de todas as amputações das extremidades inferiores estão relacionadas ao diabetes, sendo que 85% delas são precedidas de uma ulceração nos pés. "Se essas lesões fossem evitadas ou tratadas adequadamente na fase inicial, seria possível impedir a perda do membro. Por isso é tão importante a prevenção e o controle do diabetes", comenta o especialista.

O problema, no entanto, é muito mais grave, já que de 15% a 19% dos pacientes submetidos a uma amputação não sabiam que tinham diabetes – um em cada dois pacientes não sabe que tem a doença – e foram diagnosticados apenas quando a lesão se tornou crônica e complexa.

As taxas de amputação podem ser reduzidas em mais de 50% se forem tomados cuidados simples, como o controle da glicemia, a inspeção dos pés, o uso de calçados adequados e as consultas regulares.

Tratamento

Considerado uma ferida complexa – lesão aguda ou crônica que geralmente não cicatriza espontaneamente –, o pé diabético é um problema vascular grave e na maioria dos casos exige uma abordagem multidisciplinar.

Embora ainda sejam pouco difundas, estão disponíveis no mercado soluções inovadoras para tratar feridas complexas, como curativos avançados com propriedades antimicrobianas, antiodor, regenerativa ou hidratante, que favorecem a cicatrização. A terapia por pressão negativa, que utiliza a pressão controlada e localizada sobre a lesão por meio de um curativo de espuma coberto por uma película e ligado a um sistema de drenagem, atua juntando as bordas da ferida, retirando o excesso de líquidos e promovendo a reconstrução dos tecidos. Já a câmara hiperbárica usa oxigênio com pressão acima da pressão ambiente para ajudar a tratar vários tipos de lesões que não cicatrizam.

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