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Estado de Minas NATUREZA

Espécie de formiga socorre as companheiras abatidas em 'combate'

As formigas africanas matabele reconhecem companheiras feridas e as resgatam e tratam no ninho


postado em 15/02/2018 14:51 / atualizado em 15/02/2018 15:22

Um estudo curioso feito na Suíça descobriu que as formigas da espécie matabele são capazes de reconhecer as companheiras feridas em
Um estudo curioso feito na Suíça descobriu que as formigas da espécie matabele são capazes de reconhecer as companheiras feridas em "batalha" e as resgatam (foto: Gorongosa.org/Piotr Naskrecki/Reprodução)
Para quem já assistiu filmes de guerra, sabe que soldados abatidos durante o combate sempre são resgatados pelos companheiros e levados para os hospitais de campanha, para receberem o devido atendimento. Mas, o que acha de formigas terem a "mesma atitude" dos humanos e ajudarem as companheiras no campo de batalha? Isso foi comprovado por um estudo realizado pela Universidade de Lausanne, na Suíça, e publicado no periódico científico Proceedings of the Royal Society B na quarta, dia 14 de fevereiro.

Os pesquisadores descobriram que formigas africanas da espécie matabele socorrem as companheiras feridas nas operações de caça e cuidam delas até que recuperem totalmente a saúde. Além disso, depois de evacuarem as combatentes feridas, elas são levadas para o ninho, onde recebem tratamento de "equipes médicas": outras formigas ficam envolta do paciente, lambendo os ferimentos para ajudar na recuperação.

O comportamento muito parecido com o dos humanos nas guerras ajuda a reduzir de 80% para 10% a mortalidade das formigas feridas que atuam como soldado, segundo os cientistas suíços. "Não se trata de um cuidado consigo mesmo, que é conhecido no mundo animal, mas de tratamento feito por outros. Ao lamberem intensamente a ferida, impedem que haja uma infecção", explica o pesquisador Erik Frank, co-autor do estudo.

As matabele são uma espécie de formiga guerreira, reconhecidamente feroz, e que chega a atacar (morder) até mesmo os humanos. Esse nome que receberam faz referência a uma tribo da África meridional e elas são especializadas em que caçar cupins, maiores do que elas, atacando os ninhos "inimigos" em colunas que chegam a ter de 200 a 600 indivíduos. Por isso acabam ocorrendo muitas "baixas" durante combate.

"Depois da batalha, as formigas feridas pedem ajuda por meio de feromônios", explica Frank. O odor faz com que as "socorristas" usem suas mandíbulas bem desenvolvidas para recolher as colegas feridas e arrastá-las para o ninho, para serem tratadas. Ainda mais incrível, as formigas em estado mais "grave", como as que perdem até cinco patas, indicam sua condição de urgência para a equipe de "resgate", para terem preferência no tratamento.

(com Agência France Presse)

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