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Estado de Minas BEM-ESTAR

Uso excessivo de celular é um perigo para tendões e articulações

Existe até uma doença que leva o nome do WhatsApp, causada pela digitação excessiva


postado em 23/02/2018 13:58 / atualizado em 23/02/2018 14:26

O uso excessivo de telefone celular está associado ao surgimento de vários tipos de problemas, incluindo uma inflamação no tendão do dedo polegar chamada WhatsAppinite(foto: Pixabay)
O uso excessivo de telefone celular está associado ao surgimento de vários tipos de problemas, incluindo uma inflamação no tendão do dedo polegar chamada WhatsAppinite (foto: Pixabay)
Segundo pesquisa de 2016 da Millward Brown Brasil e da NetQuest, em média, o brasileiro passa três horas por dia mexendo no celular. Claro que o uso excesso do dispositivo eletrônico gera consequências ruins, especialmente lesões. As posturas incorretas que a pessoa adota, além dos movimentos repetitivos, principalmente feitos com o dedo polegar, causam danos à saúde musculoesquelética.

"O uso excessivo do celular e as posturas incorretas adotas pelos usuários aumentam o risco de desenvolver quadros de tendinite, tenossinovite e osteoartrite nos dedos, mãos e punhos. Os ombros também sofrem, pois ficam sobrecarregados pelo esforço de manter o celular próximo aos olhos. Por último, temos as queixas de dores no pescoço devido à posição baixa da cabeça", explica a fisioterapeuta Walkiria Brunetti.

Em 2014, um estudo publicado no jornal científico The Lancet deu um nome para a síndrome ligada ao uso excessivo do celular: WhatsAppinite. "A repetição dos movimentos sobrecarrega o tendão que flexiona e que estende o polegar, causando uma inflamação que leva à dor e ao inchaço. Assim se instala a tendinite. Se não tratada e, claro, se a pessoa não reduzir o uso do celular, a inflamação pode danificar os tendões e as articulações, não só do dedo polegar, como da mão e do punho", alerta a especialista.

Como se imagina, a principal forma de prevenção para esse problema é a redução do uso dos aparelhos. "O segredo é equilibrar o uso de tecnologia com outras atividades, como ler, ir ao cinema, fazer ioga, Pilates, nadar, enfim, basta usar o bom senso e equilibrar o celular com outras rotinas", sugere Walkiria Brunetti.

Outra dica da fisioterapeuta é realizar alongamento das mãos, punhos, pescoço, ombros, braços e antebraços a cada 20 ou 30 minutos quando estiver no celular ou até mesmo no computador. Usar as duas mãos também é importante, assim como não deixar o pescoço muito abaixado ou sobrecarregar os ombros quando segurar o aparelho.

"Tenho indicado para os pacientes, que chegam para a fisioterapia vítimas do mau uso da tecnologia, para explorarem melhor os recursos de voz do celular. Em todos os aplicativos é possível enviar mensagem de voz e até mesmo buscar por serviços por meio da voz. Isso já ajuda a dar um descanso para os dedos das mãos e punhos", comenta a especialista.

Quando os quadros de dor estão avançaos e a tendinite é confirmada pelo diagnóstico médico, a fisioterapia ajuda a fortalecer músculos e articulações e também melhora a flexibilidade, sem contar na redução da dor. Entretanto, se a pessoa voltar aos velhos hábitos, a inflamação irá persistir. Por isso, é preciso pensar em formas de reduzir o uso destes dispositivos, numa espécie de "detox digital".

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