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Estado de Minas SAÚDE

Fique de olho na doença renal crônica, que pode ser 'silenciosa'

O problema pode ser causado até pela ingestão excessiva de proteínas


postado em 07/03/2018 10:56 / atualizado em 07/03/2018 11:26

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Sangue na urina, inchaço nas pernas e no rosto, náuseas, vômitos, palidez, infecções urinárias recorrentes e pressão alta estão entre os principais sinais de quem sofre com a doença renal crônica. Milhões de brasileiros são afetados pelo problema que é causado principalmente pelo diabetes, pela hipertensão arterial e pela glomerulonefrite (inflamação nos rins).

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, um em cada 10 adultos brasileiros possui algum tipo de doença renal crônica, sendo que 60% desconhecem essa situação. "Por se tratar de uma doença silenciosa, muitos indivíduos só procuram ajuda quando a doença já está num estágio mais avançado. Os problemas que frequentemente prejudicam os rins, tais como a hipertensão arterial e a diabetes, também afetam o coração. Já foi demonstrado que a detecção e prevenção precoce da doença renal podem melhorar os resultados de saúde geral a longo prazo, reduzindo inclusive a doença cardiovascular", esclarece a nefrologista Leda Daud Lotaif, do Hospital do Coração, de São Paulo.

Algumas medidas simples são capazes de detectar se você tem doença renal ou risco de ser portador do problema. Basta medir a pressão arterial e pedir ao seu médico para fazer um exame de urina e dosagem de creatinina no sangue. A presença desta proteína pode indicar uma lesão renal em fase inicial. "A creatinina é uma substância do sangue que é filtrada pelos rins, por isso, o seu aumento na corrente sanguínea significa que há uma diminuição da função dos rins. Com a dosagem da creatinina no sangue o seu médico pode, por meio de fórmulas simples, calcular a filtração glomerular e verificar se existe doença renal crônica e em qual estágio ela se encontra", comenta a médica.

Outro ponto importante sobre a doença é que na fase inicial, existe tratamento simples e eficaz, que é baseado em dieta específica e no controle da pressão alta e do diabetes. Além disso, é possível usar remédios para reduzir a eliminação de proteínas pelos rins. "As pessoas com maior risco de ter doenças renais são aquelas que têm diabetes, pressão alta, pessoas com doença renal na família, idosos e pessoas com doenças cardiovasculares", afirma Leda Lotaif.

Excesso de proteína

As dietas hiperproteicas vêm ganhando cada vez mais adeptos, por ajudar na perda de peso e no ganho de massa muscular. As proteínas são nutrientes importantes na formação de células, na renovação de músculos e tecidos. O problema é que esse processo resulta na eliminação da ureia. Ou seja, a "fórmula mágica" pode sobrecarregar os rins já doentes, aumentando a taxa de filtragem e acelerando a progressão da doença renal. "Se não houver uma hidratação adequada, o excesso de excreção de ureia abre portas para a formação de cristais de ácido úrico, cálculos renais e até mesmo crise de gota", explica a nefrologista.

Segundo a especialista, o risco é ainda maior em pessoas com doenças pré-existentes nos rins ou com histórico familiar de doença renal. "Antes de iniciar uma dieta ou consumir qualquer suplemento alimentar, é preciso fazer um check-up. No caso específico de dietas com alto consumo de proteínas, é necessário descartar a presença de doença renal pré-existente que é, muitas vezes, desconhecida por ser silenciosa e sem sintomas", orienta leda Lotaif.

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