Também conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial pode acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos. Silenciosa, a doença provoca o estreitamento das artérias e faz com que o coração precise bombear o sangue com cada vez mais força para impulsioná-lo por todo organismo e depois recebê-lo de volta. "Esse processo dilata o coração, danifica as artérias e, consequentemente, favorece a ocorrência de ataques cardíacos e derrames cerebrais. Uma pessoa é considerada hipertensa quando a sua pressão arterial apresenta valores iguais ou acima de 140 mmHg por 90 mmHg [ou 14 por nove]", esclarece o cardiologista.
Um estudo realziado pelo Hospital do Coração avaliou a eficácia das cirurgias bariátricas para o controle da hipertensão. A iniciativa analisou 100 pacientes hipertensos com obesidade grau 1 e 2 durante o período de um ano. Os voluntários foram divididos em dois grupos. "Um foi submetido à cirurgia de 'bypass gástrico em Y de roux', que é a redução do estômago mais praticada no Brasil, associada ao tratamento medicamentoso. O outro grupo recebeu apenas o tratamento medicamentoso associado às orientações dietéticas e mudança do estilo de vida, para perda de peso", explica o cirurgião bariátrico Carlos Schiavon, principal autor do estudo.
O objetivo principal do estudo foi avaliar a redução de pelo menos 30% da prescrição de medicações para hipertensão, mantendo a pressão controlada. Também foram avaliados outros fatores de risco cardiovascular como perfil lipídico (de gordura), glicemia e inflamação. Como resultado, a pesquisa identificou que, no grupo dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, 83,7% conseguiram reduzir o número de medicações e manter a pressão arterial controlada, enquanto apenas 12,8% do grupo dos não operados conseguiu atingir este mesmo objetivo. "O mais importante é que 51% dos pacientes operados conseguiram manter a pressão controlada, sem nenhuma medicação", afirma o cirurgião bariátrico.
Vale lembrar que os sintomas da hipertensão só costumam aparecer em estágios avançados da doença ou quando, por algum motivo isolado, ocorre um aumento abrupto da pressão arterial. "Pessoas hipertensas costumam sentir dores de cabeça ou no peito, além de tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal", diz Celso Amodeo.
O tratamento da hipertensão deve ser feito, principalmente, por meio da correção de hábitos alimentares e do combate ao sedentarismo. Porém, na maioria dos casos, também é necessário que o paciente faça uso de medicamentos vasodilatadores. "Ao tratarmos casos de pressão de alta, o objetivo é fazer com que a pressão arterial do indivíduo não ultrapasse os valores de 12 por oito. Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada, mas desde que haja adesão ao tratamento. Ou seja, o paciente precisa mudar seu estilo de vida e não deixar de tomar corretamente os remédios prescritos", comenta o médico.
Para prevenir a hipertensão, é importante medir a pressão regularmente, principalmente na terceira idade – ela pode aumentar conforme o indivíduo envelhece. Além disso, é importante praticar atividades físicas e adotar um estilo de vida saudável.
Abaixo, algumas dicas do cardiologista paulista para evitar a pressão alta:
- Cuide do peso com a orientação de especialistas
- Diminua o consumo de bebidas alcoólicas
- Combata o sedentarismo, fazendo corridas e caminhadas regulares. Outra dica é descer alguns andares de escada no local de trabalho ou em casa
- O estresse contribui com a hipertensão, portanto, tente ser mais tranquilo no dia a dia
- Tenha uma alimentação saudável com mais vegetais, menos gordura e pouco sal
- Pare de fumar