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Estado de Minas SAÚDE

Cuidado ao mexer em jardins, para não pegar a esporotricose

Doença causada por um fungo causa micose e lesões na pele


postado em 27/04/2018 16:45 / atualizado em 02/05/2018 07:59

Cuidado ao mexer com terra, folhas ou pedaços de madeira, para não ser infectado pelo fungo causador da esporotricose(foto: Pixabay)
Cuidado ao mexer com terra, folhas ou pedaços de madeira, para não ser infectado pelo fungo causador da esporotricose (foto: Pixabay)
Existe um perigo escondido na terra, incluindo em alguns jardins, que pode causar uma doença de pele ainda pouco conhecida. Em caso de feridas causadas por plantas ou objetos deixados ao ar livre, existe o risco de a pessoa contrair o fungo Sporothrix, agente causador da esporotricose, micose de pele que pode evoluir para úlceras (feridas).

A doença é considerada de fácil tratamento, desde que tenha o devido diagnóstico e seja medicada o quanto antes. "Conhecida como doença do jardineiro, a esporotricose é adquirida por meio da inoculação do fungo após um trauma, ou seja, você espeta o dedo em um espinho ou graveto e este introduz o fungo no tecido sob a pele. A partir daí, ele pode começar a se multiplicar", explica o microbiologista Hyllo Baeta, do laboratório Geraldo Lustosa.

Ainda segundo o especialista, o Sporothrix está naturalmente presente na natureza em pedaços de madeira, nas folhas e no solo úmido. Por isso, a doença acaba atingindo também os gatos. "O felino é uma vítima, assim como os seres humanos. Ele transita muito nesses ambientes, briga com outros gatos, entra no meio das folhas, se machuca, se lambe e está sujeito a ser infectado pelo fungo. Estando doente, pode transmitir a doença para outros felinos e também para os humanos", comenta Hyllo.

O microbiologista ressalta que o tratamento com remédio via oral é eficiente nas formas iniciais e que o exame laboratorial do material da lesão é fundamental para o diagnóstico correto, uma vez que a esporotricose pode ser confundida com outras doenças causadas por fungos e bactérias, especialmente a paracoccidioidomicose, a leishmaniose tegumentar, a esporotricose, a cromoblastomicose e a tuberculose cutânea. "Todas essas doenças têm a mesma característica clínica: uma ferida aberta tipo úlcera. Por isso, também é importante informar ao médico o histórico da lesão para que ele possa descartar ou não a hipótese de esporotricose", comenta o especialista.

Se não for tratada logo no início, a doença causada pelo fungo pode se agravar, especialmente em pacientes com baixa imunidade, gerando lesões em órgãos como pulmão e ossos.

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