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Estado de Minas BEM-ESTAR

Não confunda hipotonia com 'preguiça' do bebê

Existe uma condição em que o recém nascido não adquire tônus muscular


postado em 02/04/2018 13:55 / atualizado em 02/04/2018 14:38

Fique atento: se seu bebê não levanta a cabeça, fica de bruços ou rola o corpo, pode ser vítima de uma condição chamada hipotonia(foto: Pixabay)
Fique atento: se seu bebê não levanta a cabeça, fica de bruços ou rola o corpo, pode ser vítima de uma condição chamada hipotonia (foto: Pixabay)
Algumas pessoas conseguem enconstar as pontas dos dedos da mão no chão, enquanto outras, não. Essa maior flexibilidade se dá graças à tonicidade muscular, que varia de pessoa para pessoa. Com os bebês, isso não é diferente: uns apresentam uma musculatura um pouco mais rígida e outros têm um pouco mais de dificuldade de se manterem "durinhos". Mas, a diferença não significa, necessariamente, que a criança tem algum problema físico ou seja "preguiçosa". Na verdade, ela é hipotônica (apresenta falta de movimentos).

A tonicidade é o estado de repouso dos músculos e ajuda a manter a postura corporal e a guiar os movimentos. Justamente por isso, uma tonicidade mais rígida é importante para o desenvolvimento motor das crianças. Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, os bebês hipotônicos precisam ser estimulados para que não tenham atrasos no desenvolvimento.

"O estímulo nessa fase é importante para que a criança consiga avançar sem problemas em todas as etapas do desenvolvimento motor. Sem uma intervenção, a criança também pode ter problemas de postura mais à frente", observa a especialista. Ela conta que, sem o acompanhamento correto, as crianças podem desenvolver lordose, problemas de postura ou de equilíbrio.

Alguns distúrbios e síndromes também podem causar a hipotonia, que pode ser facilmente detectada nos recém nascidos. Entretanto, quando o bebê não tem nenhuma patologia que explique a hipotonia, pode ser mais difícil para os pais perceberem que a suposta "preguiça" está associada à condição de falta de tônus muscular. "A hipotonia pode ser percebida em bebês que não conseguem se manter firmes, têm dificuldade para engatinhar, ficar de pé ou caminhar. Isso se torna mais perceptível a partir do sexto mês, quando os bebês normalmente ficam mais 'durinhos' e começam a demonstrar uma capacidade motora mais bem desenvolvida", explica Walkiria Brunetti.

Até os seis meses de idade os recém nascidos devem ser capazes de levantar a cabeça, ficar de bruços e rolar o corpo. Aos nove meses, os bebês já conseguem sentar, engatinhar e levantar. Para crianças nessa idade, é possível estimular que elas se movimentem, rolem o corpo de um lado para outro ou se levantem sem auxílio. Até completar um ano, a criança já desenvolve autonomia muscular para começar a desenvolver o caminhar, que, em geral, já está bem estabelecido por volta dos 18 meses.

Tratamento

Quando a hipotonia não está associada a outra condição de saúde, o bebê irá apresentar um desenvolvimento cognitivo normal, mas precisa do acompanhamento de fisioterapeuta para identificar o grau de hipotonia e para realizar exercícios que possam estimular a tonicidade muscular e fortalecer os movimentos.

"Com o tratamento adequado, o prognóstico é positivo. A maioria das crianças melhoram por volta dos 3 anos de idade", comenta a especialista.

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