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Estado de Minas SAÚDE

Saiba mais sobre a rara Síndrome de Duane

Problema congênito afeta o bebê em formação e causa danos nos músculos dos olhos


postado em 25/04/2018 10:29 / atualizado em 25/04/2018 11:03

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Considerada uma doença congênita rara, a Síndrome de Duane afeta o bebê quando ele ainda está em formação no útero da mãe. Ela é caracterizada por problemas na musculatura ocular e, consequentemente, na movimentação dos olhos. A síndrome faz com que alguns músculos que controlam o globo ocular se contraiam quando não deveriam, o que leva a problemas de visão e à movimentação irregular dos olhos.

A estimativa é de que existam cerca de 500 mil vítimas desse problema em todo o mundo. Comumente diagnosticada até os 10 anos de idade, a Síndrome de Duane, em cerca de 80% dos casos, atinge apenas um olho, mais frequentemente o esquerdo. Além disso, ela é mais comum nas mulheres do que nos homens.

Segundo pesquisadores das universidades King's College, de Londres, e Exeter, ambas na Inglaterra, a Síndrome de Duane é causada por uma mutação em uma das proteínas que colaboram para a formação de músculos e nervos do bebê durante a gravidez. O estudo realziado pelos ingleses mostra que essa mutação, provavelmente, ocorre em torno da sexta semana de gravidez.

De acordo com a oftalmopediatra Marcela Barreira, há um desenvolvimento inadequado de partes do tronco cerebral que controlam os músculos oculares "Existem seis músculos que controlam o movimento dos olhos. Cada músculo do olho recebe o comando para se movimentar dos nervos cranianos, que saem do cérebro. Na Síndrome de Duane, como o sexto nervo está ausente, os demais nervos podem tentar supri-lo, levando a movimentos oculares anômalos", explica a médica.

Para quem não sabe, existem três tipos da síndrome, que são diferenciadas pelas direções ou movimentos do olho. O tipo 1 é o mais comum, atinge cerca de 78% dos pacientes com a doença e costuma afetar diretamente o músculo reto lateral, fazendo com que o olho não consiga se mover para fora. O paciente pode apresentar apenas essa dificuldade ou, então, sofrer também com estrabismo convergente (olho desviado para dentro).

O tipo 2 é a mais rara entre os pacientes com a doença, afetando cerca de 7% das pessoas diagnosticadas. Neste caso, o músculo mais comprometido é o reto medial, que movimenta o olho para dentro, para a direção do nariz. Ou seja, essa movimentação fica limitada. Por sua vez, o tipo 3 atinge 15% das pessoas com Síndrome de Duane e afeta ambos os movimentos oculares, tanto para fora quanto para dentro.

A doença congênita costuma estar associada ao estrabismo. Além disso, também pode levar à ambliopia. Para compensar o déficit na movimentação do olho, muitos pacientes tendem a girar a cabeça, o que também pode levar a problemas de postura ou a dores musculares.

Para que não evolua para problemas visuais mais graves, a Síndrome de Duane pode ser tratada por meio de cirurgia corretiva. Dependendo do grau de estrabismo da criança, o procedimento alcança um índice de sucesso de 79 a 100%. "Com uma cirurgia relativamente simples, conseguimos melhorar a posição da cabeça da criança, que tende a compensar o movimento irregular do olho; reduzir o estrabismo; reduzir a contração muscular do olho e melhorar o movimento do globo", explica Marcela Barreira.

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