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Estado de Minas CIÊNCIA

UFMG estuda efeito probiótico de bactérias do queijo emmental

Intenção é descobrir como os micro-organismos podem ajudar contra doenças gastro-intestinais


postado em 12/04/2018 11:51 / atualizado em 12/04/2018 12:19

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Um estudo realizado pelo Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França, está avaliando o potencial probiótico de bactérias utilizadas na manufatura do queijo emmental (massa amarela e levemente adocicado). O trabalho investiga como esse tipo de laticínio atua como matriz de proteção para uma bactéria pouco conhecida, a Propionibacterium freudenreichii.

Desenvolvido pelo pesquisador Fillipe Luiz Carmo, o estudo inclui ainda dois outros micro-organismos benéficos: Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii.

O experimento comprovou, em laboratório, que houve melhora do quadro inflamatório intestinal causado por colite ulcerativa em camundongos que ingeriram o queijo produzido com as três linhagens bacterianas pesquisadas. "O queijo é feito em escala piloto, por uma empresa francesa que utiliza as linhagens bacterianas probióticas indicadas por nós", comenta Filipe. Ele destaca a complexidade da Propionibacterium freudenreichii, "que está sendo enquadrada entre as chamadas 'next generation probiotics', ou probióticos do futuro ou de nova geração".

Pesquisadores da UFMG querem desenvolver produtos específicos para tratamento de doenças inflamatórias do intestino, como colite ulcerativa e doença de Crohn. Para isso foi firmada a colaboração entre a instituição mineira e o instituo francês, em setembro de 2017. Esta parceria se materializa na forma do projeto intitulado Bact-Inflam, que visa identificar determinantes bacterianos envolvidos em processos pró ou anti-inflamatórios em vários contextos e caracterizar processos inflamatórios em modelos de glândula mamária e intestino. Ambas as doenças são preocupantes tanto no que se refere a humanos quanto a animais.

A intenção é desenvolver produtos específicos para tratamento de doenças inflamatórias do intestino, como colite ulcerativa e doença de Crohn.

Para tanto, a estratégia adotada pelo Bact-Inflam inclui caracterização de processos de inflamação e das bactérias neles envolvidas; determinação da composição de microbiota associada a órgãos inflamados ou saudáveis; identificação de espécies marcadoras, caracterizando-as nos níveis celular e molecular; validação em modelos animais; e desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, com base no uso de bactérias imunomoduladoras ou compostos bacterianos.

(com Boletim da UFMG)

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