
Atualmente, existem medicamentos que ajudam as pessoas a superarem o alcoolismo, como o topiramato, originalmente usado para pacientes com epilepsia e enxaqueca, mas que apresenta inúmeros efeitos colaterais negativos. Com o novo remédio, intitulado JVW-1034, os cientistas americanos conseguiram obter o efeito molecular desejado em animais de forma segura. A droga atua no receptor celular Sigma-2, que controla o ciclo de reforço e recompensa que caracteriza a dependência de bebidas alcoólicas, regulando a necessidade de continuar consumindo álcool.
Em comunicado enviado à imprensa, o pesquisador James Sahn, um dos autores do estudo, reforça que o vício no álcool requer uma medicação efetiva. "É onde a nossa substância está moldando um caminho que não parece estar associado a nenhuma das outras drogas disponíveis", comenta Sahn.
Como o JVW-1034 se mostrou promissor, os estudiosos, agora, planejam otimizar suas propriedades químicas para conseguir resultados ainda mais eficazes nos humanos. No entanto, eles alertam que, apesar dos resultados favoráveis, o medicamento não é capaz de prevenir o alcoolismo.
Isso porque existem fundamentos genéticos e comportamentais desse vício que ainda não são entendidos completamente, e que podem não ser permanentemente alterados pela nova substância. "Se pudéssemos criar uma droga que seja eficaz para mais pessoas e que não tenha os efeitos colaterais negativos que outros remédios têm, elas mudariam muitas coisas", afirma James Sahn.
Vale lembrar que a síndrome de abstinência alcoólica é definida pela Medicina como sendo o conjunto de desconfortos gerados a partir do momento em que a ingestão de bebidas alcoólicas é interrompida, após um período de excesso de consumo.
Os pesquisadores da Universidade do Texas também estão analisando outras drogas que têm como alvo o receptor Sigma-2 e que poderão tratar distúrbios neurológicos como lesão cerebral traumática, dor neuropática e Mal de Alzheimer.