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Estado de Minas BRASIL

Em 1968, Brasil realizava o primeiro transplante de coração da América Latina

A cirurgia pioneira representou a esperança para inúmeros pacientes


postado em 25/05/2018 08:06 / atualizado em 25/05/2018 08:21

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Há 50 anos, o lavrador mato-grossense João Ferreira da Cunha, mais conhecido como João Boiadeiro, viu sua vida mudar ao se transformar no primeiro brasileiro a ter o coração transplantado a partir de uma cirurgia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele inaugurou uma nova etapa na cardiologia brasileira e latino-americana. Sofrendo de uma doença degenerativa, ele obteve a esperança com o transplante. Mas morreu 28 dias após a cirurgia, em consequência de rejeição do órgão.

O transplante de João Boiadeiro ocorreu seis meses após o primeiro realizado no mundo por uma equipe da África do Sul. Assim, em 26 de maio de 1968, o Brasil entrava no grupo de países pioneiros do transplante desse órgão vital.

No Brasil, o primeiro transplante de coração foi feito pelas equipes dos professores Euryclides de Jesus Zerbini, na cirurgia cardiotorácica, e Luiz Venere Décourt, na clínica. Os professores iniciaram o processo de criação do Instituto do Coração (Incor) da USP.

Avanços

Para Roberto Kalil Filho, presidente do Incor, entre as principais conquistas dessa cirurgia inovadora na época estão os avanços dos medicamentos que evitam a rejeição ao transplante. "Nesse meio-tempo surgiram medicamentos contra a rejeição mais eficazes e com menos efeitos colaterais, além de máquinas de suporte ao coração mais eficientes, tendo à frente os modernos ventrículos artificiais portáteis, aparelhos que prologam por mais de cinco anos a vida de pacientes que esperam por um órgão ou que não podem se submeter ao transplante",afirma o médico.

Paralelamente, há um esforço conjunto da iniciativa pública e privada para reduzir a chamada janela de captação do coração (momento entre a retirada do órgão do doador e seu implante no receptor) para no máximo quatro horas, mantendo uma complexa logística com ambulâncias, voos fretados e helicópteros.

No Incor, há uma maleta térmica, usada na Europa, que mantem a temperatura do coração doado em condições ideais para a conservação do órgão para transplante (8º C a 10º C), sem a utilização de gelo.

(com Agência Brasil)

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