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Estado de Minas BEM-ESTAR

Cuidado com cornetas, buzinas e rojões nos jogos da Copa

Alguns instrumentos barulhentos geram danos permanentes para a audição


postado em 13/06/2018 12:51 / atualizado em 13/06/2018 13:08

Sons muito altos, como os emitidos pela famigerada vuvuzela, podem danificar a audição, às vezes, de forma permanente(foto: The Din of South Africa/ Der Spiegel/Reprodução)
Sons muito altos, como os emitidos pela famigerada vuvuzela, podem danificar a audição, às vezes, de forma permanente (foto: The Din of South Africa/ Der Spiegel/Reprodução)
Com a chegada da Copa do Mundo da Rússia de 2018, os brasileiros se preparam para o clima de festa gerado pelo Mundial de futebol da Fifa. Os jogos da Seleção Brasileira são garantia de muito barulho da torcida, com música alta, batuques, caixas de som, TVs em volume alto, bombas, rojões, apitos e cornetas. Mas, cuidado, apesar da festa, a audição pode sofrer danos irreversíveis com o excesso de ruído.

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) chegou a fazer um levantamento dos barulhos emitidos pelos instrumentos vendidos na Copa 2014, em parceria com a Sociedade Brasileira de Otologia, e descobriu que das 31 cornetas, buzinas e apitos testados, somente nove registraram som abaixo de 120 decibéis (dB), enquanto o limite de ruído seguro para a saúde auditiva é de 85 dB.

"E, se juntarmos o som desses instrumentos com os gritos dos torcedores e o alto volume da televisão durante as partidas de futebol, o resultado é muito perigoso para os ouvidos. O barulho em excesso pode causar zumbido, tontura e até perda auditiva, que, em alguns casos, até ser definitiva, dependendo da intensidade e do tempo que a pessoa ficou exposta ao som, sendo ele apresentado de forma súbita ou constante", explica a fonoaudióloga Isabela Papera, da Telex Soluções Auditivas.

Na pesquisa feita pela Proteste, a buzina a gás, muito comum no Brasil, se acionada próximo ao ouvido pode gerar danos permanentes para a audição. O produto, muito utilizado em jogos esportivos e comemorações, emite um som de 129 dB, intensidade sonora que se aproxima a de uma arma de fogo e superior até a de um show de rock.

"Aconselho a não usar esse tipo de instrumento, pois em um ambiente com muita gente, facilmente o som estridente vai estar próximo do ouvido de outras pessoas. Esse barulho súbito pode causar, de imediato, a sensação de ouvido tampado, tontura, zumbido e dificuldades para ouvir. Sons elevados podem causar danos irreversíveis à audição porque a medida em que as células auditivas morrem elas não são regeneradas e a dificuldade auditiva é cada vez maior", adverte a especialista.

A médica lembra que a perda auditiva é cumulativa. Dependendo da frequência, do tempo de exposição ao barulho e da predisposição genética, o indivíduo pode sofrer danos auditivos cada vez mais severos, de forma contínua e que pode ser agravada, ao longo da vida.

Como Copa do Mundo não combina com silêncio, a dica da fonoaudióloga é ter cautela e agir de maneira consciente. Agora, se for usar os apetrechos sonoros, lembre de acionar as buzinas e cornetas para cima. Jamais toque esses instrumentos perto ou diretamente no ouvido de outra pessoa. E, ao soltar fogos ou rojões, use sempre espaços abertos e afastados do público.

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