Publicidade

Estado de Minas INTERNACIONAL

'Monstro' do Lago Ness pode estar com os dias contados

Pesquisa vai analisar o DNA de todas as criaturas existentes no famoso lago da Escócia


postado em 04/06/2018 08:41 / atualizado em 04/06/2018 09:27

A lenda do
A lenda do "monstro" do Lago Ness ganhou fôlego com a foto tirada pelo médico inglês Robert Kenneth Wilson, publicada no tabloide Daily Mail em abril de 1934 (foto: Wikimedia/Reprodução)

Uma das lendas mais antigas e famosas do mundo diz respeito ao suposto monstro que viveria nas águas profundas do Lago Ness (Loch Ness), localizado nas chamadas "Terras Altas" da Escócia, no Reino Unido. Por centenas de anos, muitos visitantes dizem ter visto uma criatura parecida com uma grande serpente, que estaria escondida nas profundezas do lago de água doce.

Mas, agora, a lenda de "Nessie" (como é chamado o "monstro") pode estar com os dias contados. Isso porque um cientista da Nova Zelândia está liderando uma equipe internacional que coletará amostras das águas turvas do lago escocês para a realização de testes de DNA que determinarão todas as espécies de animais que vivem nesse ambiente. A informação foi divulgada pela revista americana Time.

O pesquisador neozelandês Neil Gemmell, professor da Universidade de Otago, diz à Time que não acredita na lenda do monstro do Lago Ness, mas quer levar as pessoas a uma "aventura" pelo mundo da Ciência. Segundo ele, seus filhos acham que essa será "uma das coisas mais legais que ele já fez".

Uma das teorias acerca da suposta criatura escocesa afirma que ela seria um plesiossauro (dinossauro marinho que viveu entre 201 milhões e 174 milhões de anos atrás), que tem um pescoço longo e que, de alguma forma, teria sobrevivido à extinção em massa dos répteis gigantes – ocorrida há cerca de 65 milhões de anos. Outra teoria diz que o monstro seria, na verdade, um esturjão ou um bagre gigante. Os mais céticos acreditam que os avistamentos são falsos e que dizem respeito a troncos flutuantes ou ondas geradas por ventos fortes.

De qualquer forma, conforme a reportagem da Time, a equipe de Neil Gemmell analisará os traços de DNA (pele, penas, escamas e urina) que são deixados pelos animais que se movem nas águas do Lago Ness. O pesquisador deve retirar 300 amostras de água de diferentes pontos ao redor do espelho d'água e em diferentes profundidades. Eles vão filtrar o material orgânico e extrair o DNA, fazendo o sequenciamento por meio da mesma tecnologia usada no projeto do genoma humano (sequenciou nosso material genético).

Em seguinda, os resultados do sequenciamento genético serão comparados com o banco de dados das espécies conhecidas. As respostas devem ser obtidas até o final do ano. "É improvável que haja um monstro, mas quero testar essa hipótese. O que vamos conseguir é uma pesquisa muito boa sobre a biodiversidade do Lago Ness", comenta Neil à Time.

De acordo com o neozelandês, que tem 51 anos, a primeira vez que visitou o Lago Ness foi há 31 anos, durante as férias. Assim como milhares de turistas, ele olhou para as águas escuras do ponto turístico da Escócia, tentando avistar a suposta criatura. Não encontrou nada, claro.

Neil Gemmel acredita que, mesmo que não encontre DNA de um "monstro", isso não deverá mudar a crença em "Nessie". Conforme o pesquisador, algumas pessoas já criaram teorias para a possível inexistência da criatura: ela estaria de férias depois de nadar até o mar através por meio de cavernas submarinas escondidas; ou que a criatura pode ser extraterrestre e não deixar rastro de DNA.

"Em nossas vidas, queremos que ainda existam mistérios, alguns dos quais vamos resolver. Isso faz parte do espírito da descoberta. E, às vezes, o que você encontra pode não ser o que você estava esperando", diz o professor da Universidade de Otago à revista Time.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade