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Estado de Minas SAÚDE

Surto de pólio na Venezuela preocupa pediatras brasileiros

Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu um alerta sobre a doença


postado em 14/06/2018 10:28 / atualizado em 14/06/2018 10:29

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Em comunicado divulgado na quarta, dia 13 de junho,a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta para a necessidade de o Brasil ficar atento ao surto de poliomielite na Venezuela. No documento, a entidade médica orienta os pediatras a "estarem atentos aos possíveis casos de paralisia flácida aguda e para a importância de sua adequada investigação".

Essa preocupação da SBP é ainda mais relevante devido ao crescente fluxo de refugiados venezuelanos que entram pelas fronteiras brasileiras, em especial nos estados da região norte, como Roraima. Para a pediatra Luciana Rodrigues Silva, presidente da SBP, essa é uma situação que deve ser acompanhada de perto pelas autoridades, evitando o pânico, mas garantindo a adoção de medidas eficazes para proteger a população brasileira. "A poliomielite é uma doença que deixou lembranças dolorosas. Foi corrente no Brasil e, graças ao esforço conjunto de todos, com participação ativa dos pediatras, foi erradicada. Por isso, é preciso estar atentos, vigilantes, para que ameaças externas não comprometam o bem-estar do nosso povo", diz a médica.

Ainda segundo o texto divulgado pela SBP, é preciso reforçar a importância da cobertura vacinal contra a pólio em nosso país. Atualmente, o país conta com taxa de imunização contra essa doença superior a 95%. O alerta decorre da divulgação pela Sociedade Venezuelana de Saúde Pública, em 7 de junho, da existência de casos de paralisia flácida aguda (PFA) identificados no estado de Delta Amacuro, nas comunidades La Playita del Volcán e Parroquia Juan Millán e no município de Tucupita, cujos habitantes pertencem à etnia indígena warao.

O primeiro caso de pólio ocorreu numa criança de 2 anos e 10 meses, sem antecedentes de vacinação. Após desenvolver o quadro de PFA, foi identificado o poliovírus vacinal tipo 3. Com a confirmação deste caso, a vigilância epidemiológica encontrou mais algumas ocorrências, que continuam sob investigação.

De acordo com o pediatra Renato Kfouri, do departamento científico de Imunizações da SBP, essa é uma região extremamente pobre, com condições de vida precárias e com altas taxas de desnutrição e verminose, caracterizada por baixas coberturas vacinais, e que também vivencia, desde 2016, aumento de casos de difteria, sarampo, malária e tuberculose.

A Sociedade Brasileira de Pediatraia ressalta no comunicado público que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 8 de junho, publicaram documento em que reiteram a importância de se obter e manter coberturas vacinais homogêneas para poliomielite superiores a 95%, e a necessidade de uma vigilância epidemiológica de alta qualidade para detecção de paralisia flácida aguda, além de atualizar os planos nacionais de respostas a surtos de poliovírus.

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