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Estado de Minas SAÚDE

Toxoplasmose ocular precisa ser tratada no início

Doença é causada por um parasita muito resistente


postado em 27/06/2018 13:26 / atualizado em 27/06/2018 13:30

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
A toxoplasmose ocular é uma doença infecciosa causada pelo parasita Toxoplasma Gondii, que pode ser encontrado nas fezes de felinos infectados e em ambientes ou alimentos contaminados. Os sintomas são parecidos com os de uma gripe forte. Vista avermelhada, sensibilidade à luz e sensação de embaçamento. Um sinal que chama atenção e facilita o diagnóstico é a existência de pontos pretos flutuantes que atrapalham a visão. Quando o parasita se aloja na retina, provoca lesões recorrentes e, inclusive, pode danificar permanentemente a visão.

De acordo com o oftalmologista Renato Neves, do Eye Care Hospital de Olhos, de São Paulo (SP), o parasita da toxoplasmose costuma atingir o tecido nervoso, podendo desencadear uma uveíte (doença inflamatória da camada média do globo ocular) se não for exterminado a tempo. Nesse caso, os danos à visão podem ser irreversíveis.

O médico lembra que a forma congênita da toxoplasmose ocular pode se manifestar após o anscimento do bebê ou algum tempo depois. "O acompanhamento pré-natal é fundamental para reduzir as chances de manifestação da doença. Se a paciente teve toxoplasmose bem antes de engravidar, provavelmente já desenvolveu imunidade contra o parasita da doença. Sendo assim, o risco de infectar o bebê é quase nulo. Porém, se a gestante adquiriu toxoplasmose durante a gravidez, a doença pode ser transmitida para o bebê, aumentando os riscos de um aborto espontâneo, retardo mental, epilepsia, lesões cerebrais, surdez e até mesmo cegueira. Infelizmente, ainda não há medicamentos capazes de destruir completamente o parasita", comenta o oftalmologista.

Renato Neves adverte que o resultado positivo do exame de detecção da doença não representa necessariamente que o paciente também seja portador da toxoplasmose ocular, sendo fundamental um diagnóstico detalhado, com dilatação da pupila e mapeamento da retina. Vale ressaltar que a doença não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra – somente da gestante para o bebê.

"Geralmente, a pessoa é contaminada por esse parasita em três situações: durante a gestação; pelo contato com solo, caixa de areia ou latas de lixo contaminados por fezes de felinos infectados; ingestão de carne crua ou mal cozida que tenha sido infectada por falta de higiene apropriada. Ela leva cerca de 15 a 20 dias desde o contágio até o aparecimento dos primeiros sintomas, incluindo a forma ocular", explica o especialista.

O médico lembra que, além de cultivar bons hábitos de higiene – lavando as mãos com frequência durante o dia –, é importante evitar o consumo de ovos e carnes mal cozidos; lavar muito bem verduras e legumes antes de consumi-los crus; e ter cuidado ao mexer com gatos de rua, já que o parasita se hospeda nas fezes dos felinos contaminados (recomendação vale também para os locais onde os bichanos transitam, como parques e tanques de areia).

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