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Estado de Minas ECONOMIA

Soja lidera exportações brasileiras

Dados da Fundação Getúlio Vargas mostram ainda que a China é o principal destino de nossos produtos


postado em 19/07/2018 14:46 / atualizado em 19/07/2018 14:55

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), relativo ao mês de junho, divulgados nesta quinta, dia 19 de julho, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), apontam que a soja em grão respondeu por 16% do total exportado pelo Brasil para o mundo nos primeiros seis meses do ano.

A participação da China na pauta das exportações continua crescendo e o país asiático mantém-se como principal destino dos produtos brasileiros, já tendo ultrapassado a parcela dos 28 países da União Europeia. Segundo a publicação, as exportações brasileiras para a China cresceram 26% no primeiro semestre do ano.

Segundo o estudo da FGV, como a pauta de exportações do Brasil tem se concentrado em poucas commodities, e a China vem ganhando participação como país destino dos produtos brasileiros, é forçosa a necessidade de "se discutir uma nova agenda da política de comércio exterior do país".

Os economistas da FGV ressaltaram o fato de que os resultados do Icomex relativo a junho mostram que o efeito da desvalorização cambial ainda não se fez sentir nos fluxos comerciais, em especial nas importações.

Conforme o estudo, o índice da taxa de câmbio real efetivo calculado pelo Ibre mostra uma desvalorização de 11% de janeiro a junho, o que levaria a um efeito negativo nas importações. Ressaltam, porém, que "o efeito câmbio não é imediato, e outros fatores influenciam nos fluxos de comércio. No caso das importações, por exemplo, o nível da atividade doméstica é o principal fator de influência nos fluxos de comércio e até maio ainda se esperava crescimento do PIB na ordem de 2,5 a 2,8%".

Fluxo de comércio

A variação mensal e semestral dos volumes exportados e importados por categoria de uso mostram que nas exportações todas as categorias registraram queda, a exceção de bens de capital. Nesse último grupo, estão incluídos produtos com tonelagem elevada como as plataformas de petróleo (em valor de mais de 6.000% na comparação semestral), aviões (aumento de 43% em junho), turbinas para aviões (3.300% em junho), entre outros.

Já no que diz respeito às importações, todos os volumes aumentaram tanto no comparativo mensal, como no semestral, com destaque para o crescimento de 31,3% dos bens de capital no primeiro semestre do ano. "Uma parte é explicada pela importação de plataforma de petróleo, em especial no mês de fevereiro, mas nos outros meses reflete investimentos em máquinas e equipamentos", informa o documentod a Fundação Getúlio Vargas.

Na avaliação dos economistas, esse resultado contrasta com as importações de bens intermediários, que recuam e se associam ao nível de atividade. A desvalorização cambial leva a substituição por insumos domésticos, mas parece não ter afetado, até o momento, segundo os economistas, os planos de longo prazo associados a investimentos de bens de capital.

Os economistas avaliam ainda que "as compras de bens duráveis [automóveis, principalmente] podem também estar refletindo o efeito defasado do câmbio e o receio de uma possível desvalorização acentuada por turbulências na esfera política".

(com Agência Brasil)

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