Estado de Minas BRASIL

Vacinação é essencial contra o sarampo, que está causando um surto em Manaus

A doença já fez mais de 200 vítimas confirmadas na capital amazonense


postado em 03/07/2018 13:49 / atualizado em 03/07/2018 13:59

(foto: The-star.co.ke/Reprodução)
(foto: The-star.co.ke/Reprodução)
Depois dos casos de sarampo registrados em Roraima, grande parte em virtude dos refugiados venezuelanos, agora, é a vez da prefeitura de Manaus (AM) decretar situação de emergência por 180 dias em razão de um surto da doença. No Amazonas, até o dia 20 de junho, foram confirmados 263 casos de sarampo, enquanto 1.368 permanecem em investigação e 125 foram descartados. Das 1.756 notificações registradas no estado, 82,1% (1.441) são em Manaus.

Mas, será que os mineiros também correm risco? Segundo a secretaria de estado de Saúde de Minas Gerais, os últimos casos ocorridos dentro do próprio estado foram registrados em 1999. No ano de 2013, foram confirmados dois casos de sarampo, de pessoas que tinham retornado da Flórida, nos Estados Unidos. Em 2017, foram 63 casos suspeitos e, em 2018, até agora, dois casos em investigação, mas, todos descartados.

A melhor forma de prevenir a doença, segundo a a infectologista Priscila Saleme, do laboratório Hermes Pardini, é por meio da vacinação. Em 2017, foram aplicadas em Minas, 1.549.322 doses das vacinas tríplice viral e tetra viral, que protegem contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). As  coberturas vacinais de 2015 e 2016 atingiram a meta de 95% e os dados de 2017 chegam a 87,4%, mas ainda são parciais.

"A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Uma única pessoa contaminada em contato com pessoas não vacinadas pode transmitir o vírus com muita facilidade", esclarece a infectologista. Portanto, a imunização é essencial.

Priscila Saleme lembra que crianças de até 1 ano devem receber duas doses: a primeira com 12 meses de vida, como parte da tríplice viral; e a segunda aos 15 meses, com a tetra viral. "Adultos que não receberam as duas doses devem atualizar o cartão de vacinação.  A eficácia da vacina é de 95%", comenta a especialista.

De acordo com a médica, aqueles que não têm o cartão de vacinação devem procurar um posto de saúde ou clínica particular para fazer uma avaliação e ter orientação sobre o imunizante. "O vírus é muito comum na infância, mas pode acometer pessoas de qualquer idade. Por isso é extremamente importante que os adultos também estejam imunizados, pois esses são os principais transmissores da doença para as crianças".

Em relação aos sintomas da doença, a especialista explica que, inicialmente, o paciente apresenta febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular e corrimento do nariz. "Após estes sintomas, geralmente, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias", diz a infectologista. Além disso, ela completa, afirmando que a doença pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, lesão cerebral e até a morte.

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