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Estado de Minas CIÊNCIA

Cientistas criam retina artificial biocompatível

A pesquisa foi realizada com cobaias e obteve ótimos resultados


postado em 27/08/2018 17:42 / atualizado em 27/08/2018 17:22

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
De tempos em tempos surgem novas tecnologias para ajudar a tratar a cegueira. Agora, cientistas americanos desenvolveram uma retina ultrafina cheia de sensores capazes de reproduzir a forma como as imagens são geradas no olho. O dispositivo, composto por produtos como grafeno e finas camadas de ouro, foi testado com sucesso em cobaias. Ele é flexível e biocompatível, o que, segundo os criadores, aumenta as expectativas de que resultados semelhantes sejam alcançados em humanos. Os resultados foram apresentados no 256º Encontro Nacional e Exposição da Sociedade Americana de Química, realizado no mês de agosto, em Boston, nos Estados Unidos.

Doenças como degeneração macular, retinopatia diabética e retinite pigmentosa podem danificar ou destruir o tecido da retina, levando à perda total ou parcial da visão. Implantes feitos com silicone ajudam a restaurar uma quantidade mínima de visão para alguns indivíduos com essas complicações. No entanto, esses dispositivos são rígidos, planos e frágeis, o que dificulta a reprodução da curvatura natural da retina.

Essas limitações acabam fazendo com que os implantes de silicone produzam, na maioria das vezes, imagens borradas ou distorcidas. A retina criada pelos americanos pode resolver o problema, já que é flexível, de alta densidade e com a devida curvatura. O dispositivo assemelha-se à superfície de uma bola de futebol achatada, com tamanho e forma que imitam as medidas de uma retina natural.

Nos testes com animais, os fotorreceptores, que imitam os bastonetes e os cones dos olhos, absorveram prontamente a luz e a transmitiram por meio de uma placa de circuito externo extremamente macia, simulando o transporte dos impulsos nervosos pelo nervo óptico até o cérebro. "A placa de circuito abriga toda a eletrônica necessária para processar digitalmente a luz, estimular a retina e adquirir sinais do córtex visual", explica Nanshu Lu, uma das autoras do estudo e pesquisadora da Universidade do Texas, em comunicado enviado à imprensa.

Com base nos resultados, os cientistas acreditam que o protótipo de retina artificial é capaz de imitar com sucesso as características estruturais do olho humano e poderá ser usada como base na próxima geração de próteses bioeletrônicas. "Esta é a primeira demonstração de que é possível usar grafeno e dissulfeto de molibdênio em poucas camadas para fabricar com sucesso uma retina artificial. Embora essa pesquisa ainda esteja engatinhando, é um ponto de partida muito estimulante para o uso desses materiais para restaurar a visão", diz a pesquisadora.

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