Publicidade

Estado de Minas SAÚDE

Anticoncepcionais com etinilestradiol aumentam risco de trombose

Mulheres com predisposição devem ter atenção redobrada


postado em 14/09/2018 08:44 / atualizado em 14/09/2018 09:01

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres que utilizam pílulas anticoncepcionais combinadas de estrogênio e progestagênio podem resultar de quatro a seis vezes mais chances de desenvolver trombose, e o risco aumenta com a idade. "A incidência é de quatro casos a cada grupo de 10 mil mulheres, e, entre as de 35 a 39 anos, o número passa para nove a cada 10 mil", comenta o ginecologista e obstetra Jan Pawel Andrade Pachnicki, professor da Universidade Positivo. Ainda que haja esse risco, o contraceptivo oral ajuda a evitar a gravidez indesejada e auxilia no tratamento de acnes, cólicas menstruais, sangramentos irregulares, diminuição do fluxo menstrual, entre outros problemas.

Apesar da facilidade na aquisição desse tipo de medicamento, segundo o ginecologista, a prescrição, o aconselhamento e o acompanhamento médico é de suma importância. "Há diversos tipos de pílulas anticoncepcionais no mercado. Não existe uma única ideal, cada caso deve ser analisado para que a indicação seja correta", diz o especialista.

Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que 79% das mulheres no Brasil utilizam algum tipo de método anticoncepcional, como esterilização, camisinha, DIU e pílulas. Os comprimidos representam 24% do total mas, apesar de serem populares, grande parte do público feminino relata problemas após o uso. "Apesar das composições terem mudado, da dose estrogênica ter diminuído, os riscos de desenvolver doenças venosas, por exemplo, ainda existem", alerta Jan Pachnicki.

Justamente a trombose venosa profunda é a doença mais associada ao uso de pílulas anticoncepcionais. Caracterizada pela formação de coágulos de sangue em veias profundas, a trombose acontece, geralmente, em membros inferiores, como panturrilhas e coxas. De acordo com o médico, o sistema circulatório das pernas tem, naturalmente, maior dificuldade para transportar o sangue de volta para o coração (retorno venoso prejudicado) e o uso de contraceptivos contendo etinilestradiol pode potencializar o problema. "A piora do retorno venoso e lesões nos vasos de membros inferiores aumentam a chance da formação de um trombo pelo uso de alguns contraceptivos. Se os coágulos de sangue se soltam, há risco de pararem nos pulmões ou no cérebro, bloqueando o fluxo sanguíneo e levando à morte", explica o ginecologistra. Ele lembra ainda que, além do uso da pílula, histórico familiar de trombofilias, obesidade e uso de cigarro podem elevar ainda mais os riscos de trombose.

A estimativa dos especialistas é que cerca de 60% das predisposições ao grave problema circulatório sejam atribuídas a fatores genéticos. Por isso, o diagnóstico de predisposição à trombofilia pode ser realizado a partir de uma amostra simples de sangue, utilizando a metodologia chamada PCR em tempo real. Dessa forma, é possível determinar o risco do indivíduo em desenvolver a formação de trombos.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade