Publicidade

Estado de Minas ELEIÇÕES 2018

Segundo especialista, pesquisa eleitoral influencia mas não direciona

A influência seria a mesma de uma notícia sobre determinado candidato


postado em 13/09/2018 14:42 / atualizado em 13/09/2018 14:45

(foto: Agência Brasil/Divulgação)
(foto: Agência Brasil/Divulgação)
De tempos em tempos a mídia solta uma nova pesquisa eleitoral, que serve de fonte de informação tanto para os candidatos quanto para os eleitores. De acordo com o cientista político Geraldo Tadeu Monteiro, os levantamentos de intenção de voto desempenham papel importante na decisão do eleitor. Para ele, isso afeta tanto o voto útil, quando o eleitor quer ajudar alguém que tem mais chance; quanto o voto de veto, no qual o eleitor quer fazer com que um candidato específico perca. "A pesquisa não determina, ela influencia como qualquer outra fonte de informação", esclarece o especialista em entrevista à Agência Câmara.

Segundo Monteiro, o resultado da pesquisa faz parte de um conjunto de informações que o eleitor usa a fim de decidir. "Se ele quiser votar no candidato que está ganhando ou ele acha que o voto útil para a sua tendência política é mais interessante, ele tem o direito de ter essa informação", comenta o cientista político.

O especialista considera, no entanto, que é um mito a tese de que o brasileiro vota no "cavalo que está ganhando". Ele pesquisou o assunto e concluiu que só 5% dos eleitores podem mudar de voto se descobrirem que seu candidato não tem chance. "Os outros 95% escolhem um e vão com ele até o final", destaca.

Espontâneas x estimuladas

Geraldo Monteiro também fala sobre a diferença entre pesquisas espontâneas e estimuladas. Para ele, a espontânea mostra o grau de consolidação daquela opção de voto. "Quando o sujeito espontaneamente declina o nome do candidato é porque para ele aquela informação já está bem segura".

Já a pesquisa estimulada, quando são apresentadas as opções para o eleitor, pode gerar resultados diferentes. "Na pesquisa espontânea, 56% das mulheres estão indecisas com relação ao candidato a presidente, mas quando você estimula, só 7% ficam indecisas", exemplifica.

Regras

As pesquisas são bastante controladas pela Justiça Eleitoral e buscam refletir as características da população. A lei eleitoral estabelece que devem ser declinadas na hora do registro todas as ponderações por idade, por sexo, por local de moradia. "Por isso os resultados são apresentados pelas regiões: sudeste, sul, centro-oeste. Mulheres e homens. E essa ponderação em geral usa os dados do próprio TSE ou do IBGE", explica Monteiro à Agência Câmara.

Pelas técnicas de amostragem utilizadas, os entrevistados devem representar os 147 milhões de eleitores brasileiros. "Por exemplo, nós sabemos que 54% do eleitorado é feminino e, portanto, de cada mil entrevistados, 540 serão mulheres".

Os candidatos também ficam atentos aos recortes de idade, sexo e escolaridade feitos pelos institutos de pesquisa. Esses dados auxiliam no discurso que é feito para o eleitorado durante a campanha.

Geraldo Monteiro afirma ainda que já houve casos na história das eleições brasileiras de resultados muito diferentes das pesquisas, muitas vezes por fatos ocorridos às vésperas da votação; mas ele acredita que isso não é motivo para restringir sua divulgação. A única restrição imposta hoje é em relação às pesquisas de boca de urna, feitas no dia da votação, que só podem ser divulgadas após o fechamento das urnas.

(com Agência Câmara Notícias)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade