
Para o ufólogo Ademar Gevaerd, editor da revista UFO, especializada em fenômenos ufológicos, o extraterrestre de Varginha é o caso mais importante do tipo ocorrido no Brasil: "Sem dúvida, é o acontecimento ufológico de maior destaque no país, e também o mais pesquisado. Além disso, o caso de Varginha é o maior segredo militar do exército", disse ele em entrevista à Encontro em 2016, quando o caso completou 20 anos.
Durante o processo de investigação do "incidente" no sul de Minas, outros fatos alimentaram, ainda mais, o imaginário popular. O policial militar Marco Eli Chereze, uma das pessoas que, possivelmente, teve contato com a criatura, morreu alguns dias depois, fazendo surgir várias teorias conspiratórias. Uma delas, diz que ele teria sido contaminado pelo "ET".
O fenômeno ufológico de Varginha completa 25 anos intrigando a população brasileira e estudiosos do mundo todo. Mesmo depois de tanto tempo, há muitas especulações e nenhuma conclusão sobre a possibilidade de a cidade mineira ter sido visitada por um ser extraterrestre.
ET no bairro Sagrada Família, em BH
Em 1963, três crianças brincavam no quintal de uma casa, na rua Conselheiro Lafaiete, no bairro Sagrada Família – região leste de Belo Horizonte –, quando avistaram um objeto esférico que sobrevoava uma árvore. As crianças relataram que, dentro do objeto, havia quatro seres sentados, e um deles desceu à terra por meio de um feixe de luz. Ainda segundo o relato, o ser – que vestia um macacão e tinha apenas um olho, na testa – fez alguns gestos e disse palavras estranhas, antes de retornar à nave.
O caso foi imediatamente noticiado pelo extinto jornal O Diário de Belo Horizonte e atraiu ufólogos do Brasil e de outros países. Os especialistas entrevistaram as três crianças e também seus pais, além de vizinhos, em busca de uma explicação para o fenômeno. Segundo o ufólogo Ademar Gevaerd, o caso está entre os mais importantes do mundo, porque é um dos raros fenômenos de aparição alienígena durante o dia. O ET do Sagrada Família foi estudado durante vários anos pelo professor mineiro Húlvio Brant Aleixo, falecido em 2006, e que é considerado o pioneiro da ufologia no Brasil.
Operação Prato
Entre os meses de outubro e dezembro do ano 1977, os municípios de Santo Antônio do Tauá, Vigia e Colares, no estado do Pará, foram tomados por vários relatos de pessoas que afirmaram ter visto estranhos objetos sobrevoando as três cidades. Somados ao aparecimento dos objetos nos céus, alguns habitantes também relataram queimaduras na pele causadas por supostos raios de luz, possivelmente emitidos pelos óvnis.
O caso, no norte do Brasil, desencadeou uma grande operação da aeronáutica para esclarecer o fenômeno. A mobilização das forças armadas ficou conhecida como Operação Prato, em referência ao formato dos objetos avistados.
Para Ademar Gevaerd, assim como o ET de Varginha, o caso também é fundamental para a ufologia brasileira. "A Operação Prato tem semelhante importância aos fenômenos de Varginha, de 1996. Foi uma missão militar, relativamente secreta, que resultou em uma documentação que chega a mil páginas", explica. Gevaerd também enfatiza o relato do coronel Uyrangê Hollanda, da Força Aérea Brasileira, que afirmou, à época, ter tido contato direto com o tripulante de um dos óvnis – pouco tempo depois de contar sua versão aos ufólogos, o militar teria se suicidado.