Publicidade

Estado de Minas BEM-ESTAR

Faz mal engolir caroço e semente, como diz uma crença popular?

Especialista esclarece se a saúde pode ser prejudicada nesses casos e conta, ainda, se o hábito pode causar, até mesmo, apendicite, como acreditam muitas pessoas


postado em 22/02/2022 23:15 / atualizado em 22/02/2022 23:21

Você costuma deixar de engolir os caroços das frutas, especialmente da uva e da jabuticaba, com medo de ter apendicite?(foto: Pixabay)
Você costuma deixar de engolir os caroços das frutas, especialmente da uva e da jabuticaba, com medo de ter apendicite? (foto: Pixabay)
Dizem que a apendicite provoca uma das piores dores que o ser humano é capaz de suportar. Geralmente, o primeiro sintoma é um incômodo em volta do umbigo. A dor pode ser fraca no início, mas se torna cada vez mais aguda, podendo provocar náuseas, vômitos e febre. À medida que a inflamação no apêndice aumenta, a dor tende a se mover para baixo e à direita, bem perto do umbigo. Para se livrar de uma situação dessas, algumas pessoas evitam comer frutas e legumes com caroços e sementes, como uva, jabuticaba, tomate, pimentão, pepino e quiabo. Mas será que faz sentido?

De acordo com o Humberto Galizzi, presidente da Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais, tal recomendação não tem veracidade. "Não existe nenhuma comprovação científica de que os caroços provocam apendicite. Isso é um mito", ressalta o gastroenterologista. As causas do problema ainda não são esclarecidas, mas a obstrução por gordura ou fezes e infecções causadas por vírus podem inflamar o apêndice.

Esse órgão tão rejeitado auxilia na defesa do organismo, mas, segundo Galizzi, não faz falta para o funcionamento do corpo humano. Ao contrário do que muitos acreditam, o especialista afirma que o órgão não tem nenhuma relação com a digestão. "Sem ele [o apêndice], teríamos uma vida normal", enfatiza o gastroenterologista.

Quando ocorre a apendicite, o padrão mais adotado pelos médicos é retirar o apêndice inflamado por meio de cirurgia. Como não há utilidade comprovada para o órgão, não é necessário colocar outro no lugar. Se uma tomografia computadorizada mostrar acúmulo de pus no apêndice, o órgão pode ser removido depois que a infecção e a inflamação tiverem passado.

*Publicado originalmente em 09/09/2016

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade