Estado de Minas CIRCO

Festival transforma BH em palco internacional da arte circense

Com atrações do Brasil, França, Guiné e Argentina, evento tem espetáculos, aulas gratuitas, mostra de filmes e desfile inspirado no universo do circo


postado em 07/08/2025 10:34 / atualizado em 07/08/2025 10:42

Fanfarria Ambulante é uma das atrações do festival(foto: Lucas Herrera/Divulgação)
Fanfarria Ambulante é uma das atrações do festival (foto: Lucas Herrera/Divulgação)
Entre os dias 9 e 17 de agosto, Belo Horizonte se transforma na capital da arte circense com a realização da 23ª edição do Festival Mundial de Circo, primeiro festival internacional dedicado exclusivamente ao circo na América Latina. A programação reúne atrações de diversos países, incluindo Brasil, França, Guiné e Argentina, e será distribuída em teatros, praças, parques e centros culturais da cidade. O evento integra a Temporada França/Brasil 2025.

Os espetáculos e atividades acontecerão em locais como o Galpão Cine Horto, Teatro Sesiminas, Teatro Marília, Sesc Palladium, Sesc Tupinambá, Funarte, além de espaços públicos como a Praça da Liberdade, o Parque Municipal e o Parque da Cidade Nova. Haverá espetáculos, oficinas, exposições, exibição de filmes e outras experiências imersivas. Atividades realizadas em espaços públicos e na Funarte terão entrada gratuita. Já os ingressos para as apresentações em teatros custam R$ 20 (meia entrada) e estarão disponíveis no Sympla e nas bilheterias físicas.

“A França é um dos principais países europeus a desenvolver a arte circense de maneira completa, desde a formação dos artistas e da produção até a difusão dessa arte. Nesta temporada, a gente propôs integrar a Temporada França/Brasil 2025, trazendo duas produções importantes: o espetáculo 'Yongoyely', do Circus Baobab, que é franco-africano, com sede em Guiné, mas tem direção francesa, e a montagem 'Hier Arrive Bientôt', da Companhia Atònita”, destaca Fernanda Vidigal, idealizadora e coordenadora do festival.

A curadoria do evento foi realizada por meio de chamada pública nacional e internacional, que recebeu cerca de 500 inscrições. A seleção buscou destacar propostas com qualidade artística, diversidade de linguagens e temas que dialogam com questões sociais, políticas e existenciais contemporâneas. “O que se pode esperar desta edição é um panorama da produção circense no Brasil e no mundo, com espetáculos e performances que dialogam e exploram questões sociais, políticas e existenciais, refletindo as realidades multifacetadas do mundo contemporâneo, além de utilizarem diferentes técnicas e estéticas na encenação e uma elaborada integração de linguagens”, afirma Vidigal.

Entre os destaques internacionais estão o espetáculo “Yongoyely”, do Circus Baobab (Guiné), que aborda a condição da mulher em seu país de origem, e “Hier Arrive Bientôt”, solo da companhia francesa Atònita, protagonizado por uma palhaça entre a comicidade e a poesia. O circo argentino também marca presença com a trupe Fanfarria Ambulante, com “A Fabulosa Travessia”, e a palhaça Maku Fanchulini, com o espetáculo “Metro e Meio”.

O Brasil estará representado por grupos como a Cia. Barnabô, com o espetáculo “Casal 20 – União Instável”, e por artistas como Iara Gueller, que apresenta “99 cm”, solo autobiográfico que retrata os desafios de uma artista de baixa estatura no universo do circo.

A Funarte volta a abrigar a tradicional “Cidade do Circo”, que será montada no último fim de semana do festival, nos dias 16 e 17 de agosto. O espaço contará com espetáculos para toda a família, oficinas, exposições, feira de gastronomia e o “Picadeiro Minas”, uma celebração aberta de performances conduzida pelo Grupo Trampulim. “A Funarte é quase que o coração do festival. Foi onde iniciamos, com a proposta de ser um espaço totalmente ambientado com a estética circense, com lona, picadeiro, para que o público fosse imerso no universo do circo”, lembra Fernanda Vidigal.

Outra atração do espaço será a Mostra Cine Circo, com destaque para o documentário “Minha avó era palhaço”, de Ana Minehira e Mariana Gabriel, que resgata a história da palhaça Maria Eliza Alves dos Reis, primeira mulher negra a assumir a palhaçaria no Brasil sob a identidade de Xamego, estrela do Circo Guarany nos anos 1940.

Entre as novidades desta edição está o projeto “Passaporte Experimenta Circo”, que oferecerá aulas gratuitas de práticas circenses, como malabares, acrobacia, trapézio e tecido. A atividade será realizada entre os dias 4 e 14 de agosto, em parceria com escolas de circo da capital e região metropolitana. As vagas devem ser reservadas pelo site do festival. “A ideia é fazer um mapeamento das escolas de circo existentes na cidade e na região metropolitana e convidá-las a oferecer vagas gratuitas em aulas pré-existentes”, explica Tiago Sgarbi, um dos coordenadores do evento.

A programação do festival também integra o circuito do Palco Giratório 2025, realizado pelo Sesc MG, que nesta edição homenageia a Escola Pernambucana de Circo e sua coordenadora Fátima Pontes. A programação completa está disponível no site mais.sescmg.com.br/palcogiratorio.

O Festival Mundial de Circo é realizado em Belo Horizonte desde 2001, com a proposta de valorizar, difundir e democratizar a arte circense no Brasil. Ao longo de 22 edições, o evento já realizou mais de 1.100 apresentações com 560 artistas e grupos de 39 países, incluindo nomes como o Cirque du Soleil e o Ringling Bros.

A programação completa está disponível no site www.festivalmundialdecirco.com.br e no Instagram @festivalmundialdecirco.
 
Serviço
23º Festival Mundial de Circo - Onde: Galpão Cine Horto, Teatro Sesiminas, Teatro Marília, Sesc Palladium, Sesc Tupinambás, Espaços culturais e públicos de BH. Quando: de 9 a 17 de agosto 

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