Estado de Minas EM ALERTA

Instituições de BH reagem diante da crise do metanol

Após casos confirmados em outros estados, clubes de BH suspendem destilados e bares divulgam garantias de autenticidade nas bebidas


postado em 03/10/2025 08:44 / atualizado em 03/10/2025 08:50

Brasil já confirmou 11 casos de contanimação e tem 48 suspeitos(foto: Pexels)
Brasil já confirmou 11 casos de contanimação e tem 48 suspeitos (foto: Pexels)
Órgãos públicos, entidades do setor de entretenimento e estabelecimentos de Belo Horizonte têm se manifestado após os recentes casos de contaminação de bebidas alcoólicas por metanol. Até a tarde de quinta-feira (2), o Ministério da Saúde havia confirmado 11 intoxicações decorrentes do consumo de bebidas adulteradas. De acordo com a pasta, há ainda 48 notificações de casos suspeitos.

Embora Minas Gerais não registre, até o momento, nenhuma ocorrência, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) emitiram um alerta conjunto às unidades de saúde sobre os riscos da substância, que pode causar danos graves ao organismo. A SMSA orientou que sintomas como enjoos persistentes, sinais de embriaguez sem ingestão de álcool, alterações visuais e desconforto abdominal sejam investigados após 12 horas da ingestão.

O Procon-MPMG, órgão vinculado ao Ministério Público de Minas Gerais, expediu Recomendação à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seccional Minas Gerais (Abrasel-MG), ao Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindhorb) e a outras entidades representativas do setor para reforçar mecanismos de controle, rastreabilidade e compliance na comercialização de bebidas. A medida busca prevenir riscos à saúde e proteger tanto os consumidores quanto a atividade empresarial lícita.

Pelo menos três clubes da capital mineira suspenderam temporariamente a venda de destilados. A comercialização de cervejas e vinhos segue normal. O Minas Tênis Clube foi o primeiro a adotar a medida em todas as unidades, seguido por Iate Tênis Clube e Mackenzie. Já a Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg) recomendou a todos os associados a interrupção imediata da oferta de destilados. “Estamos acompanhando de perto essa situação e, após os recentes casos em São Paulo e Pernambuco, apoiamos a suspensão temporária da venda dessas bebidas como forma de prevenção”, afirmou o presidente da federação, Marcolino de Oliveira Pinto Júnior. 

Entre os estabelecimentos da capital, o Café Bonjour, localizado no Lourdes, também anunciou a suspensão da venda de bebidas destiladas. Em comunicado publicado nas redes sociais, a cafeteria afirmou que a decisão busca “manter a segurança de todos e frequentam a casa”.

Nas redes sociais, bares e casas noturnas também se pronunciaram. O Clube Chalezinho, no Estoril, afirmou em um story que suas bebidas são seguras. “Todas as bebidas comercializadas são adquiridas exclusivamente de fornecedores oficiais e autorizados, sempre com procedência garantida, nota fiscal e selo de autenticidade. Seguimos protocolos rígidos de controle em todas as etapas, garantindo tranquilidade e confiança a cada cliente", diz o comunicado.

O Bar Frisson, na Praça Raul Soares, publicou que adota “com rigor” protocolos de segurança e qualidade na procedência das bebidas oferecidas. "Nossas bebidas alcoólicas são adquiridas somente de fabricantes e distribuidores oficiais, sempre acompanhadas de nota fiscal, lacre original e selo de autenticidade", destacou a nota.

Já o pub Major Lock, no centro da cidade, ressaltou em suas redes sociais que só trabalha com fornecedores homologados pela indústria. “Trabalhamos apenas com marcas oficiais, reconhecidas e confiáveis, assegurando a autenticidade de cada produto”, afirmou.

Produtoras de drinques prontos em lata também se manifestaram. A Xeque Mate divulgou que “todos os lotes de bebida passam por testes internos rigorosos antes de chegarem ao consumidor”. Outras marcas do setor, como A Equilibrista (responsável por bebidas à base de gim, bitter e vodca), também reforçaram seus processos. Em entrevista ao jornal O TEMPO, o sócio Guilherme Drager comentou sobre o receio no mercado. “Ficamos em uma dualidade, porque sabemos dos processos e insumos que temos, mas algumas pessoas podem ficar com medo, e isso pode respingar em nós”.

Em publicação nas redes sociais, a Xá de Cana destacou que o envase industrial de seu drink pronto — feito com cachaça de alambique, caldo de cana e limão — elimina a possibilidade de inserção de substâncias após o fechamento da lata.

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