
Criado em 2021, durante a pandemia, o evento nasceu como forma de comemorar os 15 anos de pesquisa de Janaína Morse na comicidade feminina. “Eu decidi festejar com uma ação artística que celebrasse este tempo de investigação e dedicação à comicidade feminina. Foi uma edição virtual, com atividades artísticas e formativas que reuniu mais de 50 mulheres de vários estados brasileiros”, lembra a artista. Agora, ao completar 18 anos de trajetória contínua, Janaína volta a reunir nomes de diferentes trajetórias e estilos para celebrar o riso e a presença feminina na cena.
“O ‘Debuta’ é um movimento fundamental por abrir espaço para a presença e a voz das mulheres na palhaçaria, uma linguagem historicamente marcada pela figura do palhaço. É uma iniciativa que oferece visibilidade, escuta e reconhecimento às artistas que pesquisam e reinventam essa arte a partir de seus próprios olhares e vivências, repensando narrativas e modos de rir e pensar o mundo”, afirma Janaína.
A curadoria, assinada por ela e por Maria Tereza Costa, destaca trabalhos que dialogam com o olhar feminino sobre o corpo, o humor e o cotidiano. “O critério principal é destacar trabalhos que dialogam com o olhar feminino sobre o riso, o corpo e o mundo, revelando diferentes perspectivas e formas de expressão dentro da comicidade. O que une as artistas participantes, além do gênero feminino é a investigação sensível e autêntica sobre a comicidade feminina: uma criação que nasce da escuta, da presença e da liberdade, afirmando o humor como ferramenta de transformação, afeto e resistência”, explica Maria Tereza.
A programação artística tem início nesta sexta-feira (14), às 19h, com o espetáculo “Brisa’s Beach”, solo de Janaína Morse e um dos primeiros trabalhos de palhaçaria feminina de Minas Gerais. No sábado (15), a multiartista Dagmar Bedê apresenta “Batalha”, montagem que explora a força e a fragilidade da mulher em cena, com direção de Rafael Bacellar e dramaturgia de Idylla Silmarovi. No domingo (16), o grupo baiano leva ao palco “Confabulações”, com encenação e dramaturgia de Joice Aglae. Em cena, quatro bufonas — Diana Ramos, Leila Kissia, Luíza Senna e Milena Pitombo — abordam mitos, deusas e as violências históricas sofridas pelas mulheres.
As ações formativas também fazem parte do encontro. Nesta quinta (13), Janaína Morse e Maria Tereza Costa ministram um workshop sobre a estética da palhaçaria. Já entre os dias 17 e 19, a artista Juliene Lellis conduz a Oficina de Palhaçaria Negra, com 20 vagas gratuitas.
O encerramento acontece no Dia da Consciência Negra, quinta-feira (20), com um espetáculo de variedades que reúne artistas locais e participantes das oficinas. “A proposta é destacar o protagonismo de mulheres pretas, com a participação especial das alunas da Oficina de Palhaçaria Preta, que ampliam e enriquecem o olhar sobre a comicidade feminina. Um espaço escuta e representatividade, celebrando o riso como força de transformação e afirmação de identidades”, conclui Janaína Morse.
As senhas para os espetáculos serão distribuídas uma hora antes das apresentações, na própria Funarte. Mais informações e inscrições estão disponíveis no Instagram @minha_companhia1.
“Debuta – Encontro de Palhaçaria Feminina”. 13 a 20/11, sempre às 19h, com tradução em Libras, Funarte MG – Rua Janúária, 68, Centro, Belo Horizonte. Entrada gratuita.