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Estado de Minas VÍCIO

Alcoólicos Anônimos lançam aplicativo

Entidade de apoio aos viciados em álcool celebra 70 anos no Brasil


postado em 26/09/2018 08:52 / atualizado em 26/09/2018 09:03

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Como parte das comemorações dos 70 anos dos Alcoólicos Anônimos (AA) no Brasil, o grupo lançou um aplicativo para smartphones. O objetivo, segundo a entidade, é facilitar o acesso a informações como horário e local de encontros e divulgar as bases e preceitos do AA. O app é gratuito e está disponível em português, inglês e espanhol nos sistemas Android e iOS – basta procurar por Alcoólicos Anônimos nas lojas Google Play e AppStore.

O AA é formado por diversos grupos que se reúnem para compartilhar experiências sobre como ajudar as pessoas que querem parar de beber e como manter sóbrios os que já deixaram o álcool de lado. Atualmente, são cerca de 4,9 mil grupos em todo o país.

De acordo com o psicólogo Bruno Logan, especialista em uso de drogas, o modelo dos Alcoólicos Anônimos pode ser um apoio importante em alguns casos. "Você se sente muito acolhido, sente-se dentro de um grupo, pertencente a algo. Muitas vezes, quando a pessoa tem um problema com álcool ou com drogas, ela se sente excluída da sociedade, do trabalho, da escola, da família. Então, quando chega a um lugar em que as pessoas a acolhem, é muito potente isso", comenta o especialista.

No entanto, a ligação da entidade com a religião pode ser um limitador para algumas pessoas. Apesar do AA não promover nenhuma igreja ou seita específica, as bases do grupo preveem a crença em Deus e, em vários casos, as reuniões são feitas dentro de instituições religiosas. "Aqui no Brasil tudo que envolve religião tem uma questão moral problemática. Se a pessoa já tem problema com o uso de uma substância, ter ainda um julgamento moral não vai contribuir nada, vai trazer ainda mais dificuldades para essa pessoa", diz o psicólogo.

Bruno Logan acrescenta que o AA também não oferece espaço para aqueles que não querem ou não conseguem parar de beber, uma vez que o objetivo do grupo é manter os participantes sóbrios.

Para ele, as estratégias de cuidado devem ser adaptadas ao contexto e às necessidades de cada pessoa. "Eu tenho pacientes que tomam três latinhas de cerveja e têm um problema de um uso problemático imenso, que aquilo desorganiza de uma forma muito grande. E tem pessoas que estão em situação de rua, que trabalham, têm empresa e que tomam um litro de cachaça por dia e não identificam um problema com álcool", afirma o especialista.

(com Agência Brasil)

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