Não é só Belo Horizonte que está soprando velinhas nesta semana. A Academia Mineira de Letras (AML) chega aos seus 110 anos, com direito a sessão solene na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Grandes nomes da história brasileira, como Juscelino Kubitschek, Milton Campos e Affonso Arinos, já ocuparam uma das 40 cadeiras da casa durante essas 11 décadas de existência.
A AML foi fundada no dia 13 de dezembro de 1909, em Juiz de Fora, fruto de um projeto criado por 12 intelectuais da região, que queriam discutir e divulgar a literatura produzida em Minas. O seleto grupo convidou outros 18 nomes para integrarem a iniciativa, representando a elite acadêmica mineira. Entre eles estava Alphonsus de Guimaraens, poeta simbolista conhecido como "o solitário de Mariana".
Seis anos depois, em 1915, a recém-inaugurada BH se tornou a sede da Academia. A mudança para a nova capital mineira nasceu da necessidade de criar uma proximidade maior entre a agremiação e o centro de poder do estado. Cerca de 30 anos depois disso, a Academia Mineira de Letras ganhou a sua primeira sede própria, no sexto andar de um edifício na rua dos Carijós.
Em 1987, aconteceu a última mudança de endereço. Desta vez para o Palacete Borges da Costa, um casarão construído no começo do século XX e tombado pelo Iphan, localizado na rua da Bahia, número 1466. O seu interior abriga mais de 35 mil livros, além de ter um auditório próprio onde são realizados diversos debates abertos ao público, analisando obras de escritores nacionais e internacionais. Afinal, como diz o próprio lema da Academia, scribendi nullus finis ("o escrever não tem fim", em tradução do latim).