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Estado de Minas NOVO CORONAVÍRUS

Primeiro comércio de Belo Horizonte já enfrentou outras crises mundiais

Casa Salles foi inaugurada em 1904 na rua dos Caetés, único ponto comercial da então nova capital mineira


postado em 19/03/2020 22:39 / atualizado em 19/03/2020 23:01

A Casa Salles, na esquina das ruas Dos Caetés e São Paulo, no hipercentro de Belo Horizonte(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
A Casa Salles, na esquina das ruas Dos Caetés e São Paulo, no hipercentro de Belo Horizonte (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
A primeira loja a ser inaugurada em Belo Horizonte decidiu fechar as portas antes mesmo do decreto do prefeito Alexandre Kalil dessa quarta-feira (18/03). De acordo com Guilherme Salles, de 39 anos, um dos proprietários da Casa Salles, que vende munição, armas brancas e artigos de cutelaria, a decisão foi tomada para preservar a saúde dos funcionários e dos clientes.

Por questão de segurança, os produtos foram retirados do imóvel e vão ficar guardados em outro local até que a loja seja reaberta.

Guilherme Salles, um dos proprietários do comércio mais antigo da capital mineira(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Guilherme Salles, um dos proprietários do comércio mais antigo da capital mineira (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
O estabelecimento é um dos poucos na cidade que testemunharam outras crises mundiais decorrentes, por exemplo, da primeira e segunda guerras mundiais. "Espero que essa seja menos traumática do que as guerras", afirma Guilherme, tataraneto de João de Salles Pereira, fundador da loja ainda em Ouro Preto, nos idos de 1881.

Com a transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte, em 1897, a Casa Salles veio também para a BH, sendo reinaugurada em 1904. A função do estabelecimento aberto na rua Caetés, no Centro, era abastecer a cidade de mantimentos, afinal, na época ela vendia os chamados "secos e molhados", ou seja, de tudo um pouco.

Por volta da década de 1940, com os artigos em metal fervilhando na cidade, por causa da II Guerra Mundial, a Casa Salles passou a colocar na vitrine armas, munições e produtos de cutelaria.

Diante de tantas histórias, Guilherme Salles tem o projeto de transformar a loja em ponto turístico da cidade e diversificar os produtos na vitrine. A ideia é colocar a iniciativa em prática tão logo as atividades sejam retomadas, após a crise do novo coronavírus. 

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