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Estado de Minas ASTRONOMIA

Anéis de Saturno surgiram há 'pouco tempo'

Sonda Cassini ajudou a datar o símbolo do Gigante Gasoso


postado em 21/01/2019 12:38 / atualizado em 21/01/2019 12:43

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

A sonda espacial Cassini-Huygens, lançada em 1997 pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), em parceria com a Agência Espacial Europeia ESA) e com a Agência Espacial Italiana (ASI), para estudar o planeta Saturno e suas luas, fez um mergulho derradeiro nos anéis do Gigante Gasoso em setembro de 2017. Com esse "suicídio" programado, os astrônomos puderem obter mais informações sobre as estruturas que circundam o planeta e que, agora, sabemos que estão lá há cerca de 100 milhões. As conclusões constam de um estudo publicado na revista científica Science no dia 17 de janeiro deste ano.

Os anéis de Saturno foram descobertos pelo físico e matemático italiano Galileu Galilei em 1610, que os considerava três grandes satélites. Em meados do século XVII, Christian Huygens descobriu que os "satélites" eram, na verdade, anéis de poeira e gelo.

Até hoje, astrônomos ainda discutem a origem dessas estruturas que circundam o enorme planeta. Alguns acreditam que tenham sido formadas por fragmentos de um antigo protoplaneta no início do Sistema Solar, enquanto outros os consideram produto de fenômenos recentes.

Durante sua missão de 20 anos, a sonda Cassini descobriu que Saturno estava "sugando" a água de seus anéis muito rapidamente. Como a Nasa recentemente revelou, as estruturas mais próximas ao planeta desaparecerão "rapidamente" – elvando em conta a escala espacial –, e todo o sistema de anéis será absorvido pelo Gigante Gasoso em cerca de 300 milhões de anos.

Como indica o artigo publicado na Science, as descobertas da sonda espacial podem reforçar a teoria de que se tratam de "anéis jovens" e que para o surgimento deles são necessários dois parâmetros, de acordo com o pesquisador Burkhard Militzer, professor da Universidade da Califórnia (EUA), um dos autores do estudo: a massa das partículas de poeira e gelo dos anéis; e quão bem as estruturas refletem a luz do Sol.

Os anéis de Saturno e de outros planetas gigantes devem gradualmente desaparecer, porque as camadas de gelo perdem partículas de poeira e matéria orgânica devido à radiação ultravioleta do Sol. Com isso, quanto mais brilhantes são os anéis, menos "anos de vida" ele têm pela frente.

A velocidade das nuvens, por sua vez, depende da massa, da espessura e da composição, sendo assim, quanto mais matéria está escondida dentro delas, mais lento será o processo de "enegrecimento" dessas estruturas.

A sonda Cassini mediu o brilho dos anéis de Saturno nos primeiros anos da missão. Por outro lado, a informação sobre a massa exata era inacessível até o mergulho derradeiro em 2017. Esses voos ajudaram Militzer e seus colegas a medir a estrutura do campo gravitacional do planeta e começar a medir a massa dos anéis.

"A primeira vez que eu dei uma olhada nos dados, não acreditei, porque eu confiava nos nossos modelos e demorou um tempo para cair a ficha de que havia algum efeito que estava mudando o campo gravitacional e que não tínhamos considerado", comenta o pesquisador americano, citado no artigo científico.

A massa dos anéis é inesperadamente "pequena", correspondendo a cerca de 15 quatrilhões de toneladas. Sendo assim, Saturno se tornou "senhor dos anéis" não muito tempo atrás, em escala astronômica: há aproximadamente 100 milhões de anos. E as estruturas podem ser resultado da união de partículas de uma pequena lua ou de um grande cometa, baseando-se nas análises feitas pela Cassini durante o último mergulho.

(com Agência Sputnik)

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