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Estado de Minas PALEONTOLOGIA

Descoberta nova espécie de humanos nas Filipinas

Ossos e dentes ajudaram a classificar o Homo luzonensis


postado em 11/04/2019 09:50 / atualizado em 11/04/2019 10:13

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
A caverna de Callao, que fica na ilha de Luzon, nas Filipinas, país do sudeste asiático, é um famoso ponto turístico com suas sete câmaras. Agora, próximo à entrada da formação geológica, cientistas encontraram 13 ossos e dentes que pertencem a uma nova espécie de humano, que foi batizada de Homo luzonensis e que teria vivido na região há cerca de 67 mil anos. A informação foi divulgada pela versão espanhola do portal Gizmodo.

A descoberta altera os livros didáticos e acrescenta mais um indivíduo ao gênero Homo, que é formado pelas espécies H. sapiens, H. gautengensis, H. habilis, H. erectus, H. antecessor, H. ergaster, H. heidelbergensis, H. neanderthalensis, H. floresiensis e H. naledi. Todos esses hominídeos formam uma família heterogênea de primatas ligados por laços de parentesco mais recentes do que com outros hominídeos vivos, como os chimpanzés. Cada um deles representou um experimento evolutivo mais ou menos bem-sucedido. Todos se extinguiram, exceto um: o Homo sapiens, que representa a humanidade atual.

Como mostra o Gizmodo, o humano de Luzón é considerado um enigma. É impossível saber como era seu rosto, porque não foram encontrados fragmentos do crânio, nem sua altura, porque o único osso disponível que poderia dar uma ideia da estatura, o fêmur, está quebrado. Do material que estava em Callao, uma falange,  que fora achada em 2007, foi datada de 67 mil anos atrás, e o resto, encontrado entre 2011 e 2015, teria 50 mil anos e pertenceria a dois adultos e uma criança. Dois dentes pré-molares e três molares são muito pequenos, como os do Homo floresiensis, que tinah cerca de um metro de altura e o cérebro equivalente ao do chimpanzé. Por sua vez, os ossos das mãos e dos pés são comparáveis %u200B%u200Baos dos australopitecos, que viveram na África há dois milhões de anos e cujos membros eram adaptados para a vida nas árvores.

Pedaço de fêmur é um dos materiais encontrados na caverna de Callao, nas FIlipinas, que ajudou na classificação da nova espécie humana(foto: Thomas Ingicco/Mission Marche aux Philippines/Divulgação)
Pedaço de fêmur é um dos materiais encontrados na caverna de Callao, nas FIlipinas, que ajudou na classificação da nova espécie humana (foto: Thomas Ingicco/Mission Marche aux Philippines/Divulgação)
"Se você olhar para cada um desses materiais em separado, vemos uma ou outra espécie do gênero Homo. Mas se avaliarmos o pacote completo, não há nada semelhante, por isso é uma nova espécie", comenta o paleontólogo Florent Detroit, do Museu Nacional de História Natural de Paris, na França, citado pelo Gizmodo. Ele é co-autor do estudo que descreve a nova espécie, publicado na última quarta, dia 10 de abril, na revista científica Nature.

Infelizmente não foi possível extrair amostras de DNA dos restos mortais, o que aumenta o mistério sobre a origem da nova espécie de humanos.

"Essa descoberta vai gerar um grande debate. Não é fácil de entender porque há poucos fósseis e nenhuma base para sugerir que é uma nova espécie. O que está claro é que ele confirma que a diversidade de nosso gênero (Homo) é incrível e vai contra o modelo linear representando o surgimento de um primata após o outro até culminar no Homo sapiens", afirma o paleoantropólogo Antonio Rosas, do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha, também citado pelo portal.

Vale dizer que a ilha de Luzon, nas Filipinas, é cercada pelo mar desde pelo menos 2,5 milhões de anos. Como a nova espécie de humano atravessou o mar até chegar à caverna de Callao ainda é um enigma.

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