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Estado de Minas INOVAÇÃO

Pela primeira vez, coração humano é impresso em 3D

Órgão foi produzido com células humanas modificadas


postado em 15/04/2019 12:31 / atualizado em 15/04/2019 12:34

(foto: Tomer Appelbaum/Haaretz/Reprodução)
(foto: Tomer Appelbaum/Haaretz/Reprodução)

De forma inédita, cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, conseguiram imprimir em 3D um coração vivo feito a partir de tecido humano. A novidade foi publicada nesta segunda, dia 15 de abril, na revista científica Advanced Science e abre caminho para a realização de transplantes sem risco de rejeição, já que o órgão poderá ser construído com células do próprio paciente.

"Já havia sido impresso em 3D algumas estruturas do coração, mas esta é a primeira vez que alguém consegue projetar e imprimir um coração inteiro, repleto de células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras", comenta o pesquisador Tal Dvir, que liderou a pesquisa, citado pela emissora estatal alemã Deutsche Welle. Ele ressalta que o coração em miniatura é "completo, vivo e palpitante".

"Realizamos uma pequena biópsia de tecido adiposo do paciente, removemos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais. As reprogramamos para que fossem células-tronco e, então, as diferenciamos para que se tornassem células cardíacas e de vasos sanguíneos", detalha o professor da Universidade de Tel Aviv.

Posteriormente, os materiais biológicos foram processados para convertê-los em bio-tinta, o que permitiu imprimir em 3D com células humanas.

O protótipo de coração apresentado nesta segunda (15) possui cerca de três centímetros, o equivalente ao tamanho de uam cereja ou do coração de um coelho.

No momento, as células podem se contrair, mas o coração completo não bombeia. "Ainda é muito básico", afirma Tal Dvir, citado pela Deutsche Welle.

Ainda de acordo com o cientista israelense, é preciso desenvolvê-lo mais, para conseguir um órgão que possa ser transplantado num ser humano. "O próximo passo é amadurecer essas células e fazer com que se comuniquem entre si, de forma que se contraiam juntas. É preciso ensinar as células a se comportarem adequadamente", explica Dvir.

"Depois, teremos outro desafio, que é conseguir desenvolver um coração maior, com mais células. Temos que descobrir como criar células suficientes para produzir um coração humano", acrescenta o pesquisador.

Como mostra a emissora alemã, a equipe liderada por Tal Dvir planeja transplantar os corações em pequenos animais, como coelhos e ratos.

"Talvez em 10 anos tenhamos impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo, e esses procedimentos sejam algo comum do dia a dia", diz Dvir.

(com Deutsche Welle)

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