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Estado de Minas TABU?

É preciso falar de depressão pós-parto

Problema psicológico pode apresentar vários sintomas


postado em 14/01/2019 16:40 / atualizado em 14/01/2019 16:27

(foto: Pexels)
(foto: Pexels)

Apesar de ainda ser um "tabu" no Brasil, a depressão pós-parto afeta muitas mulheres com recém nascidos. O assunto costuma passar batido, seja por desconhecimento, seja pelo preconceito.

Esse problema psicológico é caracterizado por um quadro depressivo que se apresenta na mulher imediatamente após o parto ou até um ano depois do nascimento da criança. Os sintomas mais comuns são tristeza, apatia, desalento e pode ou não ocorrer a rejeição ao bebê.

Segundo a ginecologista, obstetra e mastologista Mariana Rosário, as causas fisiológicas mais comuns do quadro depressivo pós-parto são as alterações hormonais bruscas que ocorrem com a mulher. Mas, existem casos que são apenas emocionais, principalmente nas pacientes que já apresentaram depressão antes ou durante a gravidez e também por fatores diversos como idade e condição sócio-econômica. "Uma paciente em condição financeira prejudicada ou de família desestruturada pode apresentar depressão pós-parto sem causas fisiológicas, sendo um estado puramente emocional. De qualquer maneira, seja o problema físico ou emocional, ele deve ser tratado imediatamente", comenta a especialista.

A médica lembra que a depressão pós-parto pode ter como uma das principais características a rejeição ao bebê, mas, existem outros níveis da condição. "Existe um quadro psicológico chamado de baby blues, caracterizado por melancolia, sensibilidade amplificada e insegurança que chegam de repente, mas, que não causam tristeza no puerpério. Esse quadro tende a passar logo, sem a necessidade de intervenção médica. Mas, se os sintomas durarem mais do que 30 dias ou forem muito intensos, é importante procurar o médico. Consideramos um sintoma clássico da depressão instalada a rejeição ao bebê, mas, o diagnóstico só pode ser realizado pelo ginecologista ou psiquiatra e tratado por ambos", explica Mariana Rosário.

A estimativa é que de 10% a 15% das mulheres sofream com a depressão pós-parto. A duração do quadro depende muito da resposta da paciente à medicação. "Algumas melhoram imediatamente, mas, em casos graves, exige-se até mesmo a internação. O tratamento é feito com medicação e terapia", diz a ginecologista.

Para ela, o apoio familiar é fundamental nos casos depressivos no puerpério. "É preciso entender que a mulher não escolheu estar nesta situação. Ela precisa de carinho e compreensão para superar o momento. Julgamentos só pioram a depressão", afirma a médica.

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