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Estado de Minas ALERTA

Muitos jovens diabéticos são vítimas da diabulimia

Transtorno grave está ligado à aplicação de insulina


postado em 04/01/2019 09:30 / atualizado em 04/01/2019 09:43

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Um dos distúrbios alimentares mais conhecidos é a bulimia. O transtorno faz com que pessoa consuma, de forma incontrolável, alimentos "com alto teor calórico" para, em seguida, eliminá-los do organismo usando métodos variados como indução de vômito e laxantes, na expectativa de evitar um decorrente ganho de peso.

De acordo com texto publicado no portal do oncologista Dráuzio Varella, as consequências desse distúrbio alimentar vão desde destruição do esmalte dos dentes e inflamação na garganta a situações mais graves como hemorragia, arritmia cardíaca e problemas gastrointestinais. Diferente da anorexia, a bulimia, geralmente, não provoca emagrecimento excessivo, como seria esperado.

Porém, existe um tipo do transtorno ainda mais grave e pouco conhecido chamado diabulimia. Ele acomete, principalmente, jovens que têm diabetes tipo 1. O distúrbio faz com que os pacientes deixem de aplicar a quantidade adequada de insulina no organismo com o objetivo de perder peso, conforme artigo científico divulgado no site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Como se sabe, o diabetes faz com que o que o pâncreas deixe de produzir insulina, parcialmente ou totalmente. Esta substância é responsável por transformar o açúcar que ingerimos em energia para os processos metabólicos. Sendo assim, as pessoas que possuem a doença precisam da aplicação regular de insulina para que o nível de glicose no sangue não fique muito elevado, o que pode gerar problemas de saúde, inclusive graves, como insuficiência renal e, até mesmo, cegueira.

O texto da UFRGS alerta os médicos e familiares de pacientes com diabetes a ficarem atentos aos sinais que podem indicar a diabulimia.

Segundo a Sociedade Brasileira do Diabetes (SBD), as chances do surgimento de transtornos alimentares como esse são 2,5 vezes maiores em jovens que possuem diabetes tipo 1, em relação aos que não têm a doença.

Ainda de acordo com a SBD, as chances de cura aumentam quando o problema é diagnosticado precocemente. A entidade explica que o tratamento pode ser feito com ou sem a necessidade de internação e por uma equipe multidisciplinar, que inclui endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos, variando de acordo com o caso.

Os principais sintomas da diabulimia, conforme a SBD, são:

  • Episódios recorrentes de cetoacidose diabética (produção excessiva de cetona), hiperglicemia e/ou hipoglicemia
  • Atraso na puberdade ou maturação sexual e menstruação irregular
  • Idas frequentes ao banheiro, sobretudo após as refeições
  • Náuseas e dores de estômago
  • Atraso na cicatrização de feridas
  • Problemas dentários (perda de esmalte)
  • Emagrecimento excessivo ou ganho rápido de peso sem explicações clínicas
  • Anemia
  • Depressão, ansiedade ou outros como a Síndrome de Borderline (humor, comportamentos e relacionamentos instáveis)
  • Insistência em aplicar a insulina de forma reservada
  • Crença de que a insulina faz engordar

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