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Estado de Minas SAÚDE

Slime caseiro é perigoso, alerta especialista

Brincadeira que virou febre pode provocar alergias e, até mesmo, queimaduras


postado em 15/05/2019 16:35 / atualizado em 23/05/2019 16:25

YouTube está repleto de vídeos que ensinam a produzir slime em casa(foto: YouTube/Reprodução)
YouTube está repleto de vídeos que ensinam a produzir slime em casa (foto: YouTube/Reprodução)
Nos últimos meses, ganhou popularidade entre as crianças um brinquedo chamado slime, uma espécie de geleia emborrachada colorida, semelhante às que fizeram sucesso nos anos 1990 e ainda podem ser encontradas nas lojas. A diferença é que o slime pode ser produzido pelas próprias crianças com o auxílio dos pais. 

A facilidade de produção do brinquedo e os milhares de vídeos publicados no YouTube ensinando esse processo, fez o slime se tornar uma verdadeira febre. Para se ter uma ideia, um dos vídeos mais assistidos na plataforma do Google possui mais de 600 milhões de visualizações. 

Apesar de ser uma brincadeira divertida e, de certa forma, até educativa por conta do fato de poder ser produzida pelos pequeninos, existem riscos. Afinal, o slime surge a partir de uma reação química envolvendo ingredientes como bicarbonato de sódio, cola e, até mesmo, espuma de barbear, além de sabão em pó e corantes.

De acordo com alergista e imunologista Nelson Bastos Cordeiro, do Departamento Científico de Dermatite Atópica e de Contato da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), "o processo de fabricação do brinquedo pode resultar em irritações nos olhos e na pele e, principalmente, queimaduras químicas nas mãos, devido aos ingredientes".

Ainda segundo o especialista, as reações alérgicas ocorrem devido ao contato prolongado da criança com o slime, ao brincar com a geleia. De acordo com ele, a pele é mais sensível nessa faixa etária, sendo facilmente prejudicada por substâncias como metilisotiazolinona ou kathon CG, que são encontradas em cosméticos, xampus, gel pós-barba, sabonetes líquidos e amaciantes de roupa, ingredientes esses que, muitas vezes, são utilizados na confecção do slime.

Por isso, o alergista da Asbai não recomenda a produção, tampouco a utilização, do slime caseiro, dando preferência para o tipo industrializado. A justificativa, segundo Nelson Bastos Cordeiro, é que a quantidade e concentração das substâncias contidas no slime vendido nas lojas são dermatologicamente testadas.

Vale lembrar que todos os brinquedos infantis seguros vendidos no Brasil possuem selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Sendo assim, é importante verificar se o selo está presente na embalagem antes de realizar a compra.

Em caso de reações na pele ou nos olhos durante a brincadeira com slime, o alergista recomenda que a região seja lavada abundantemente com água ou soro fisiológico gelados. Em seguida, a criança deve ser levada, rapidamente, para atendimento médico.

*Com assessoria da Asbai

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