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Estado de Minas MERCADO

Informalidade cresce entre os trabalhadores

No 2º trimestre, falta de carteira assinada chegou a 74,2%


postado em 14/11/2018 08:58 / atualizado em 14/11/2018 09:11

(foto: Agência Brasil/Divulgação)
(foto: Agência Brasil/Divulgação)
A taxa de informalidade entre as pessoas que entraram no mercado de trabalho atingiu 74,2% dos 9,4 milhões de pessoas que começaram a trabalhar no segundo trimestre deste ano. O valor é bem maior do que os 39% de "informais" registrados entre os trabalhadores do país, que chegam a 91,2 milhões. Os dados foram divulgados na última terça, dia 13 de novembro, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2018, foram adicionados 600 mil trabalhadores no mercado de trabalho – o número de ocupados passou de 90,6 para 91,2 milhões. A rotatividade, no entanto, continua alta: 8,8 milhões que estavam ocupados ficaram desempregados ou saíram da força de trabalho, em contraposição aos 9,4 milhões de inativos ou desocupados que conseguiram trabalho.

A conclusão do Dieese é que a maioria dessas pessoas que entraram no mercado de trabalho no segundo trimestre ingressou em trabalhos precários: maior informalidade; menor cobertura previdenciária; ocupações típicas de uma economia com baixo dinamismo (especialmente para as mulheres); e rendimentos inferiores à metade do mercado de trabalho em geral.

"Mais do que o estreitamento das oportunidades para os novos trabalhadores, o movimento descreve a falta de fôlego da economia brasileira para proporcionar, no curto prazo, alternativas mais estruturadas de trabalho, devido à fraca recuperação e a ausências de perspectivas melhores para o próximo período", diz o Dieese no comunicado enviado à imprensa.

Setor privado

Dos "novos ocupados", 22,6% (2,1 milhões) foram contratados sem carteira pelo setor privado e 16,8% com carteira. A maior parte desses novos ocupados, 34,6% (3,3 milhões), foram trabalhar por conta própria; a maioria (86,2%) sem formalização – só 14% contribuem para a Previdência Social.

Uma em cada cinco mulheres (20%) foi contratada como empregada doméstica no segundo trimestre, sendo a maior parte sem carteira (887 mil), enquanto apenas 78 mil tiveram a carteira assinada. Cerca de 30% das mulheres que entraram no mercado de trabalho foram trabalhar por conta própria. Entre os homens, 39,2% foram trabalhar por conta própria (1,8 milhão) e 30% sem carteira assinada (1,3 milhão).

Dos "novos ocupados" nas categorias de trabalho por conta própria, 71% concentraram-se em 20 ocupações, a maior parte ligada a atividades manuais ou de prestação de serviços e vendas. O Dieese destaca os vendedores a domicílio (281 mil), agricultores (276 mil) e pedreiros (275 mil). Também aumentou a participação em ocupações que, segundo o instituto de pesquisa, geralmente crescem em períodos de baixo dinamismo econômico, como condutores de automóveis (88 mil) e vendedores ambulantes (77 mil de alimentação, e 59 mil das demais áreas).

(com Agência Brasil)

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