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Estado de Minas EMPREGO

Tendência é que idosos voltem ao mercado de trabalho

Essa constatação foi feita por especialistas


postado em 03/12/2018 09:29 / atualizado em 03/12/2018 09:46

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Um problema antigo no Brasil, a contratação de pessoas com mais de 50 anos ainda enfrenta a resistência da maioria das empresas do país. Mas, isso deve mudar, já que a tendência é do aumento gradativo da população idosa e a consequente falta de mão de obra mais jovem no mercado de trabalho. Quem concorda com essa afirmação é o economista José Pastore, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio SP), em conversa com a Agência Brasil.

Segundo o economista, por enquanto, a sociedade não se deu conta da desproporção entre o envelhecimento dos profissionais e a oferta da mão de obra juvenil. Porém, à medida que a economia for retomando o crescimento, isso será mais facilmente constatado, já que "haverá dificuldade em preencher vagas".

Pastore manifesta preocupação com o fato de os parlamentares federais estarem postergando a reforma da Previdência. "As pessoas estão envelhecendo muito depressa no Brasil e, daqui a alguns anos, vamos ter mais idosos do que jovens, e a Previdência não vai ter condições de sustentar as pessoas idosas, que vão durar mais tempo. Isso é inexorável, e temos de acompanhar o que já ocorre em sociedades avançadas: fazendo com que o idoso trabalhe por mais tempo", diz o especialista.

Ainda de acordo com o economista, algumas empresas já desenvolvem atividades para absorver empregados nessa faixa etária, mas não pelo sistema convencional,e sim por meio de empreendedores, autônomos ou à distância, modalidade em que os trabalhadores prestam serviços na própria casa. Esse tipo de trabalhadores aumenta no mundo todo, "e aqui não deve ser diferente", afirma José Pastore. Ele alerta, no entanto, que, para se manterem ativos no mercado, os mais velhos terão que se requalificar, principalmente, no que se refere à tecnologia, e lembra, inclusive, que muitos fornecedores de ferramentas digitais vêm simplificando os aplicativos, o que ajuda nessa inserção.

O também economista Hélio Zylberstajn, em entrevista à Agência Brasil, afirma que três quartos dos idosos no Brasil contam com algum tipo de cobertura, como aposentadoria ou pensão, ou, às vezes, com os dois, simultaneamente, no caso de viúvos, por exemplo. Em sua avaliação, os idosos recebem mais assistência do que as crianças pobres.

Para ele, ainda é muito baixa a participação dos idosos no mercado de trabalho, em torno de 25%, enquanto o desemprego nessa faixa é de apenas 4%. Zylberstajn reconhece, porém, que muitos nem vão atrás de trabalho por temer o preconceito das empresas. "Precisamos atuar em duas frentes: abrir espaço para eles nas empresas e encorajá-los a trabalhar", afirma o especialista.

Dados apresentados pela Fecomércio SP mostram que, em 2015, havia 16,1% de pessoas com mais de 60 anos inseridas no mercado de trabalho, percentual que deve subir para 58,4% em 2060, ou seja, dentro de quatro décadas, mais da metade da população será idosa.

(com Agência Brasil)

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