Estado de Minas ELETRICIDADE

Reparo no sistema elétrico previne acidentes e reduz consumo de energia

Fiação e dispositivos em má conservação ou mal instalados podem deixar a conta de luz mais cara e aumentar o risco de ocorrer curto-circuito


postado em 21/09/2022 20:32

(foto: Freepik)
(foto: Freepik)
Segundo dados do Atlas Eficiência Energética Brasil 2021, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com Agência Internacional de Energia (AIE), as edificações (setores residenciais, comerciais e públicos) consomem 51% da eletricidade do país. A obrigatoriedade da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) em máquinas e equipamentos garantiu aos consumidores a possibilidade de comparar o consumo de energia entre aparelhos afins. Apesar da normatização viabilizar um consumo seguro e racional de energia, se o sistema elétrico estiver defasado ou com alguma situação incompatível na instalação, a conta de luz pode ficar mais salgada com o risco de ocorrer curto-circuito.

"De modo geral, o sistema elétrico tem durabilidade em torno de 30 anos, por isso quando se pensa em prédios mais antigos é preciso avaliar a condição da fiação com atenção. Isso porque as fiações passadas utilizavam isolantes feitos de borracha, revestidos de material semelhante a um pano e com nível baixo de isolação. Com o avanço da tecnologia, os consumidores passaram a ter em casa uma variedade de eletroeletrônicos - alguns utilizados simultaneamente -, o que sobrecarrega instalações elétricas defasadas, causando um superaquecimento no condutor. Nas fiações modernas, os condutores são flexíveis, anti-chamas e anti-propagadores de fumaça, com uma qualidade superior que permite maior isolação e capacidade de condução de corrente elétrica", explica o engenheiro eletricista João Carlos Lima, coordenador técnico do Centro de Capacitação em Tecnologia da Loja Elétrica.

Segundo o professor, certos episódios indicam problemas no sistema elétrico e podem provocar incêndios, curtos-circuitos e choques. "Aquecimento do disjuntor ou disjuntor desarmando desnecessariamente, aquecimento dos interruptores de tomada, aumento da temperatura nos condutores, cheiro de queimado em algum aparelho, elevação na conta de energia são sinais de que é preciso chamar um especialista para conferência e atualização da instalação. A adequação elétrica também prolonga a vida útil dos equipamentos", destaca João Carlos Lima.

Entre as medidas que podem garantir segurança e reduzir o consumo de energia, o coordenador técnico destaca o tipo de tomada e a quantidade mínima para cada cômodo. "A sala e os quartos devem ter 1 tomada para cada 5 m de perímetro; na cozinha, 1 para cada 3 m de perímetro, lembrando de instalar uma na bancada; no banheiro, a tomada deve ter uma distância de 60 cm a 1 m do box, como medida de segurança. Substitua a tomada de 10 A (amperes) pela de 20 A, que são mais atuais, com plugues mais grossos e ideais para alimentar equipamentos que exigem mais carga, como eletrodomésticos", elucida.

João Carlos recomenda ainda investir em dispositivos que complementam a proteção. "O filtro de linha permite ligar várias tomadas, desde que todos os aparelhos conectados não sejam usados ao mesmo tempo. O Dispositivo de Proteção contra Surto (DPS), protege eletroeletrônicos contra variações de tensão, pode ser instalado diretamente no QDC (Quadro de distribuição de Circuitos) ou pode ser usado um DPS de tomada, que nada mais é do que um adaptador de tomada com DPS. O IDR (Interruptor Diferencial Residual) protege contra fuga de corrente, que provoca choque elétrico por contato direito ou indireto, sendo instalado no sistema elétrico em conjunto com os disjuntores comuns", informa.

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