A região norte de Minas Gerais acaba de receber um novo museu. Uma construção do sertão mineiro, com mais de um século de história, tornou-se oficialmente o Museu das Culturas do Rio São Francisco. No local funciona também o Centro Educacional de Buritizeiro, da Fundação Caio Martins (Fucam), instituição que completou 70 anos de existência em 2018.
Em 1º de setembro de 2018 o casarão já havia sido tombado como patrimônio histórico estadual de Minas, conforme deliberação do Conselho Estadual de Patrimônio Cultural. Situado na margem esquerda do "Velho Chico", na cidade de Buritizeiro, o prédio, que chama a atenção pela grandeza, fica a 365 km de distância de Belo Horizonte.
A estrutura de 105 anos foi projetada pelo arquiteto italiano Miguel Micussi e erguida pela Marinha do Brasil para abrigar a Escola de Aprendizes Marinheiros de Minas Gerais, curso oferecido durante 10 anos.
Segundo Gildázio Alves dos Santos, presidente da Fucam, um movimento originado da própria comunidade, formado por servidores da Fucam, ex-servidores e ex-alunos do entorno, se mobilizou pela criação do museu. "Isso nos inspirou a criar um espaço de fruição conhecimento, troca de saberes, resgate de valores e de costumes. Um lugar para sistematizar o que é produzido ali na barranca do São Francisco", comenta Gildázio.
Ele ressalta a existência de uma riqueza cultural da região que precisa ser sistematizada no espaço definido, valorizando o que se faz ali, referindo-se às artes, produção de alimentos, culinária, literatura e outras formas de expressão do povo barranqueiro.
O acervo do Museu das Culturas visa contemplar Buritizeiro, Pirapora e todos os municípios da extensão do rio São Francisco, inclusive de outros estados.
Restauração
Com a parceria do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), a Fucam já tem pré-projeto das necessidades de restauração da antiga edificação, destacando as mais imediatas como o telhado, as instalações elétricas e hidráulicas. Com a mobilização da comunidade da região, foi possível incluir uma emenda de R$ 2 milhões no orçamento de 2019 do governo de Minas, e que são destinados ao início da restauração do Museu das Culturas.
"O telhado é o mais urgente. No segundo andar o piso é de madeira e não podemos colocar pessoas para nenhuma atividade, pois todas correriam risco. Assim estamos obedecendo às recomendações do Corpo de Bombeiros para que consigamos esperar os recursos", afirma Gildázio dos Santos.
(com Agência Minas)