Nesta quinta, dia 14 de março, o Doodle (logomarca comemorativa) do Google presta uma homenagem à célebre escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, que faria 105 anos hoje. Nascida em 1914 na cidade de Sacramento, no interior de Minas Gerais, foi morar na favela do Canindé, em São Paulo (SP), onde escreveu as memórias que se transformariam numa das obras mais importantes da literatura brasileira: Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada.
Contemporânea de escritoras como Cecília Meireles, Clarice Lispector e Raquel de Queiroz, Carolina de Jesus era catadora de material reciclável e retratava o cotidiano de sua vida sofrida na favela nuam espécie de diário. Na década de 1950, durante a execução de uma matéria para o Folha da Manhã, o jornalista Audálio Dantas descobriu os escritos da mineira e logo percebeu que poderiam se tornar um livro.
As memórias de Carolina chegaram a ser publicadas na extinta revista O Cruzeiro, do grupo Diários Associados. Mais tarde, em 1960, Audálio realizou um compilado das histórias mais interessantes e ajudou a primeira escritora negra e favelada do Brasil a publicar a obra Quarto de Despejo. O livro recebeu outras três edições, totalizando 100 mil exemplares vendidos, além de ganhar tradução para 13 idiomas e ser comercializado em mais de 40 países.
"Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trechos", diz Carolina Maria de Jesus em trecho de sua grande obra-prima. Ela faleceu em fevereiro de 1977.