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Estado de Minas TEATRO

Gisele Fróes fala sobre a peça O Imortal, que estreia em BH

Em seu primeiro monólogo, atriz carioca espera contato caloroso com o público mineiro no CCBB


postado em 15/04/2019 13:31 / atualizado em 15/04/2019 23:21

Gisele Fróes em cena da peça O Imortal, uma adaptação da obra do argentino Jorge Luis Borges(foto: Lenise Pinheiro/Divulgação)
Gisele Fróes em cena da peça O Imortal, uma adaptação da obra do argentino Jorge Luis Borges (foto: Lenise Pinheiro/Divulgação)
A atriz carioca Gisele Fróes desembarca em Belo Horizonte, no próximo dia 26 de abril, com o espetáculo O Imortal, que será apresentado durante um mês no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade. A peça é baseada no conto homônimo, de 1949, do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986).

No palco, a artista vive uma mulher que recebe, de um antiquário,
seis volumes do histórico poema Íliada, escrito na Grécia Antiga por Homero. Dentro do último volume, ela encontra um manuscrito autobiográfico de Marco Flamínio Rufo, um militar do Império Romano que partiu em uma jornada em busca da imortalidade.

A partir disso, a personagem embarca na narrativa do soldado, emaranhando-se na procura dele pela mítica Cidade dos Imortais, onde acreditava-se que havia um rio cujas águas seriam capazes de livrar os homens da morte. 

Por telefone, Gisele Fróes conversou com Encontro sobre sua experiência de estrelar O Imortal, seu primeiro monólogo em 32 anos de carreira.

O começo

Ela relembra que o ponto de partida para a peça está no ano de 2011, quando foi seu primeiro contato com a obra de Borges. "À época, eu estava em cena vivendo uma personagem que sofria com a dificuldade de se comunicar com outras pessoas. Era interessante e divertido, mas ela falava pouco. Sentindo falta de ler um texto rico em palavras, comecei a leitura de O Imortal e imediatamente me vi encantada com o poder que as palvras têm", conta Gisele Fróes.

A atriz relata que se viu muito impressionada e admirada com o que leu, mas admite não ter prontamente entendido do que exatamente se tratava o texto do escritor argentino. Por isso, releu vários trechos e foi se sentindo em uma espécie de labirinto literário, onde diversas interpretações surgiam.

Imortalidade

É exatamente aí que Gisele Fróes afirma que está a essência da literatura de Jorge Luís Borges, que, segundo ela, não trata da "imortalidade da carne": "A imortalidade proposta por ele se materializa a cada vez que alguém lê seus textos. É como se ele se fizesse presente todas as vezes que alguém repete as palvras escritas nessa obra. É assim que Borges se torna imortal", concluí.

Das páginas para os palcos

Como a vontade de estar sempre relendo O Imortal não cessava, a atriz conta que se viu na obrigação de compartilhar os sentimentos que a obra lhe proporcionava. Foi então que teve a ideia de adaptar o texto do escritor argentino para os palcos. 

Sendo assim, Gisele Fróes levou sua proposta para os consagrados dramaturgos Adriano e Fernando Guimarães, conhecidos no meio artístico como irmãos Guimarães, de quem ela faz questão de dizer que é admiradora. "O trabalho que eles fazem, sobretudo na montagem do cenário, algo mais voltado para as artes plásticas, é muito impressionante. Levei a ideia da peça para eles porque acreditava que o visual do palco, unido à obra de Borges, inspiraria o público", diz a atriz.

A peça estreou em Brasília, em março de 2018, e, desde então, já passou por outros importantes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Monólogo

A artista revela que foi Adriano Guimarães quem propôs a ideia de O Imortal ser transformado em um monólogo, formato ainda inédito para Gisele Fróes, que diz estar encarando o desafio com tranquilidade.

Ela faz questão de ressaltar que, mesmo estando sozinha no palco, não se sente solitária em cena. O motivo disso, segundo ela, é o trabalho conjunto com Adriano Guimarães e Patrick Pessoa, dramaturgos da peça. "Eles são grandes parceiros, o Adriano está presente em todas as sessões. A única dificuldade que sinto vem de outros espetáculos, onde me acostumei a ouvir um colega em cena, o que não acontece nesse formato", conta Gisele Fróes.

Expectativa para a estreia em BH

A atriz diz que deve se sentir em casa nas apresentações em Belo Horizonte, uma vez que possuí "raízes" em Minas Gerais. "Meu pai e boa parte de toda a minha família é mineira. Por isso, tenho um carinho e um respeito muito grande pelo público de Minas, que considero extremamente afetuoso, sensível", concluí Gisele Fróes destacando, ainda, a riqueza artística do estado.

Seviço

O Imortal
Onde: CCBB-BH
Endereço: Praça da Liberdade s/nº, Lourdes, Belo Horizonte
Data: 26/4 a 27/5
Horário: sexta a segunda, às 19h
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria do teatro ou online
Informaçoes: (31) 3431-9400 ou (31) 3431-9503

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