Para tentar comparar os prós e contras de viver em uma área afamada por estabelecimentos de excelência, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG) realizou uma pesquisa inédita e o resultado surpreendeu: 85% dos entrevistados, moradores do bairro, consideram positivo ter bares e restaurantes perto de casa. "Tomamos a iniciativa de ouvi-los porque sempre somos questionados em relação à permanência desses locais e precisávamos entender o que as pessoas realmente acham. Usamos métodos legais e leais, ajudados por empresas respeitadas", diz o diretor da Abrasel, Fernando Júnior.
"Sou frequentadora assídua dos estabelecimentos do Lourdes. Vou por causa da comodidade e porque gosto de tomar uma cerveja deixando o carro na garagem", diz a universitária Alene Salviano. Durante os almoços, ela ganha companhia da mãe, com quem divide apartamento na rua Álvares Cabral, há nove anos. "Nossa casa anterior (no Alípio de Melo, região Noroeste) foi assaltada e decidimos nos mudar. Os estabelecimentos ajudam a manter o ambiente seguro", diz. Segundo a Abrasel, a variedade é outro atrativo, já que há cerca de 60 estabelecimentos na região. Nascida no bairro, a fisioterapeuta Carolina Saliba aproveita os locais com amigos e familiares – ela costuma ir semanalmente. "Gosto por causa do atendimento que é muito bom", diz ela, que também mora na rua Álvares Cabral.
O empresário Alfredo Gordon, dono de um apartamento na rua Bárbara Heliodora, ressalta que os bares geram até pouco transtorno, mas são os frequentadores com motos e carros com descargas abertas os responsáveis pelo barulho. "E reclamar não adianta nada. A fiscalização ainda é falha", diz. A Prefeitura de BH, por sua vez, informa que são feitas fiscalizações periódicas. Em 2013, foram registradas mais de 7 mil reclamações pelo telefone 156. Das 5 mil vistorias realizadas, 521 autuações foram geradas.
Mas, como educar costuma ser o método mais eficiente, Fernando garante que a Abrasel continuará agindo. "A pesquisa nos ajuda a entender melhor o bairro. Sabemos que ainda ocorre barulho, mas continuaremos desenvolvendo campanhas sobre isso."

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