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Um bom vinho vai além da cabernet sauvignon

Algumas uvas tintas e brancas usadas na produção de vinhos finos ainda são pouco conhecidas


postado em 05/09/2016 18:13 / atualizado em 05/09/2016 18:20

(foto: Pixabay)
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Segundo estimativas, existem mais de 60 mil variedades de uvas tintas e brancas em todo o mundo, sendo que, destas, 10 mil são usadas na produção de vinhos finos, ou seja, são chamadas de vitis viníferas. Entre as variedades mais comuns estão cabernet sauvignon, malbec, merlot, sauvignon blanc e chardonnay. Mas, há muitas outras castas viníferas, pouco conhecidas do grande público, que dão origem a vinhos de alta qualidade.

A sommelière Jessica Marinzeck, do site Evino, listou, abaixo, algumas variedades de uvas viníferas que começam a ganhar o gosto dos brasileiros. "Sempre que tiver oportunidade de conhecer uma nova uva, vá em frente. Amplie as referências e acumule experiências. Vale a pena", diz a especialista.

Conheça algumas variedades de uvas tintas:
(foto: Pixabay)
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  • Corvina: uva bastante refinada, cultivada na região de Vêneto, no norte da Itália. É a principal na composição dos famosos vinhos Valpolicella e Bardolino. Com casca grossa, seus bagos são ovais, azulados e escuros. O nome "corvina" vem da característica da cor escura, comparada às penas do corvo, que, em italiano, se diz "corvino". Suas cepas demoram para brotar e amadurecer, mas suas uvas dão origem a bons vinhos secos e estruturados

  • Bonarda: de origem italiana, chegou à Argentina no século XIX, trazida pelos colonizadores europeus, onde se adaptou muito bem. Atualmente, é uma das uvas mais cultivadas pelos argentinos, ficando atrás somente da malbec, em relação à área de plantio. Mesmo sendo considerada uma uva que dá origem a vinhos baratos e de baixa qualidade, alguns produtores têm conseguido bons resultados com uma bebida fresca, suave e pouco complexa

  • Nerelo mascalese: também proveniente da Itália, da região da Sicília, é considerada uma uva nobre. Por ser colhida já madura, retém bem a acidez. Como resultado, produz vinhos leves, de corpo médio, que chamam a atenção pelos aromas frutados e por serem fáceis de beber

  • Primitivo: da região italiana de Puglia, é uma das uvas mais festejadas da atualidade. É da mesma espécie da zinfandel, muito cultivada na Califórnia (EUA). De cor rubi e acidez balanceada, a primitivo dá origem a vinhos considerados versáteis, por harmonizarem com alimentos como queijo e churrasco

  • Cabernet franc: bastante comum na França, é uma uva tinta e de aromas intensos. Muitos a consideram irmã da cabernet sauvignon. Apresenta bagos de cor violeta e dá origem a vinhos frescos e com textura macia. Nos últimos tempos, sua produção foi intensificada na Argentina, onde tem produzido vinhos de boa qualidade e bem aceitos no mercado

Agora, algumas uvas viníferas brancas:
(foto: Pixabay)
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  • Gewurztraminer: é uma uva branca que possui na verdade uma casca pink. Essa casta é bastante aromática e de fácil percepção aos iniciantes no mundo do vinho. Ela se adapta melhor a regiões frias, por isso é encontrada em locais como Alemanha, na costa do Chile e na Alsácia, França

  • Marsanne: uva branca de origem francesa, mais precisamente no norte do rio Rhône, possui pouca complexidade aromática. A marsanne também pode ser encontrada na Austrália e nos Estados Unidos. É geralmente utilizada em blends (misturas)

  • Roussanne: outra variedade de origem francesa, mas que também é cultivada na Itália, na Espanha e nos Estados Unidos. Costuma ser difícil de cultivar e muito sensível às pragas e mudanças climáticas, como vento e excesso de Sol. Depois de colhida, produz vinhos encorpados e de complexidade elevada

  • Catarratto: uva italiana, da região da Sicília, é suculenta e de pele espessa. Seu desenvolvimento é simples e tem bom desempenho nos vinhedos. Costuma ter baixa acidez, alto teor de açúcar e aroma cítrico. Sua coloração é amarelo dourado

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