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Estado de Minas GASTRÔ | EVENTO

Conheça os participantes do Botecar 2017

De experientes a novatos, eles traçam estratégias para fazer bonito e conquistarem o título do festival. Até 13 de maio, estabelecimentos apresentam petiscos elaborados a partir do tema Quintais de Minas


postado em 11/04/2017 15:03 / atualizado em 11/04/2017 16:02

Da esq. para dir. Odlei Cruz (Bar Tudo Legal), Gustavo Henrique (Rosa dos Ventos), Marcelo González (A Granel Bar e Restaurante), Diego Borges (Zé Pileque), Paulo Benevides (Bar Temático), Marcos Antônio Pereira (Bar do Kim), Heitor Gonçalves (Caixote Bar e Restaurante) e Aline Soares (Santo Boteco): novatos celebram oportunidade de se tornarem conhecidos(foto: Denis Medeiros/Encontro)
Da esq. para dir. Odlei Cruz (Bar Tudo Legal), Gustavo Henrique (Rosa dos Ventos), Marcelo González (A Granel Bar e Restaurante), Diego Borges (Zé Pileque), Paulo Benevides (Bar Temático), Marcos Antônio Pereira (Bar do Kim), Heitor Gonçalves (Caixote Bar e Restaurante) e Aline Soares (Santo Boteco): novatos celebram oportunidade de se tornarem conhecidos (foto: Denis Medeiros/Encontro)
A carne de porco, picada e frita, está na lata em sua própria gordura. A taioba, a mostarda ou a couve, cortadinhas e refogadas, aparecem no prato esperando o frango, o ovo estalado e o que mais estiver à mão. A alimentação em Minas sempre contou com produtos facilmente encontrados nos quintais dos interiores e até da capital. Por isso, a atual edição do Botecar, festival que reúne alguns dos principais bares de BH, decidiu reverenciar esses ingredientes simples, mas de riqueza histórica, cultural e alimentar.

Mesmo com itens cotidianos, os petiscos nada lembram a comida trivial. A criatividade é o ponto alto dos sabores que serão apresentados até 13 de maio, pelos 50 participantes. Todos os petiscos desta vez vêm com uma novidade. "Para cada tira-gosto, o cliente recebe uma sobremesa, um mimo, que é uma porção individual de pudim de leite condensado", afirma o organizador do festival, Antônio Lúcio Martins. Os donos de bares se esmeram, ainda, porque sabem que são os clientes e o júri técnico que têm a missão de eleger os melhores. Para isso, ao provar o tira-gosto criado para a disputa, é preciso pedir a cédula de votação e dar uma nota levando em consideração aspectos como sabor da comida, atendimento e temperatura da cerveja. Para Antônio Lucio, ao chegar ao quarto ano, o festival mostra maturidade e os botecos, respeito aos ingredientes. "Os clientes podem esperar petiscos feitos com carinho e produtos de alta qualidade. Os bares normalmente compram de pequenos mercados, açougues e sacolões, o que ajuda a ter itens selecionados, frescos e de primeira linha", afirma.

Os empresários sabem da importância de participar e competir junto aos amigos, mas não querem abrir mão do pódio. Atual campeã, a Cervejaria Seu Romão, comandada por Felipe Pidner, apresenta o petisco Desconfiadinho - copa lombo defumado ao molho de damasco acompanhado de cerquinha de bacon e bolinhos de cará recheados com queijo de minas - para tentar garantir o topo. É criação das cozinheiras Alcione Pidner, mãe de Felipe, e Valéria Borges. "Quem cuida dos pratos é minha mãe e a Valéria, mas eu vou palpitando, peço para mudar a apresentação", revela. Além da cozinha, Felipe acredita que o trabalho em equipe é fundamental e vai contratar dois garçons, uma pessoa para a recepção e três para a cozinha. Ele também inaugurou recentemente um parklet que espera surpreender os clientes.

Marcílio Cruz, proprietário do Armazém Medeiros, que participa desde a primeira edição, criou o Coração Mineiro: maçã de peito acompanhada de batatas recheadas e cebola em pétalas(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Marcílio Cruz, proprietário do Armazém Medeiros, que participa desde a primeira edição, criou o Coração Mineiro: maçã de peito acompanhada de batatas recheadas e cebola em pétalas (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Proprietário do Armazém Medeiros, um dos mais tradicionais da cidade e que participa desde a primeira edição do Botecar, Marcílio Cruz vai servir o Coração Mineiro - maçã de peito acompanhada de batatas recheadas e cebola em pétalas. Recentemente, pensando no Botecar 2017, Marcílio fez uma pequena reforma, alterando pintura e mobília. Ele também dá dica importante aos menos experientes. "É preciso aumentar a equipe. Desta vez, vou incluir uma pessoa na recepção e três no atendimento", diz. Isso porque, em seu boteco, o movimento cresce em média 70% durante o festival.

Dentre os participantes, vale prestar atenção nos oito novatos que ganharam a vaga por voto popular. No fim do ano passado, eles estiveram no Botecar de Verão - A Seletiva e fizeram bonito. Agora, estão cheios de planos. Alguns são velhos conhecidos dos mineiros, como o Temático, comandado por Paulo Benevides, o Bené, há 18 anos, e que já é famoso por misturar elementos da culinária nordestina à mineira. Para chegar ao petisco desta edição do evento, ele fez um resgate da tradição e serve o Boi Doce - paleta de boi com batata-doce cozidas ao molho da casa. "Todo mundo faz carne cozida, mas eu dei uma repaginada e ficou interessante", diz.

Atual campeã, a Cervejaria Seu Romão, comandada por Felipe Pidner, apresenta o Desconfiadinho: copa lombo defumado ao molho de damasco acompanhado de cerquinha de bacon e bolinhos de cará recheados com queijo de minas(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Atual campeã, a Cervejaria Seu Romão, comandada por Felipe Pidner, apresenta o Desconfiadinho: copa lombo defumado ao molho de damasco acompanhado de cerquinha de bacon e bolinhos de cará recheados com queijo de minas (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Para o organizador do evento, porém, experiência não é o ponto-chave para o sucesso. "Os novatos chegam com garra diferente e lutam pelo espaço, por isso todos os bares concorrem igualmente. Quem se dá bem é quem tem consciência e assume responsabilidade com o público", diz Antônio Lúcio. No importante quesito entusiasmo, então, os "novinhos" não ficam para trás e esperam ganhos para além do troféu. É o caso do Santo Boteco, aberto há menos de um ano e meio pelas sócias (e xarás) Aline Soares e Aline Elias. "Queremos ter visibilidade porque muita gente não nos conhece", diz Aline Soares. O petisco que elas criaram é o Saiu da Lata, Atolou na Mandioca - pernil confitado acebolado, servido com purê de mandioca amarela feito com manteiga de garrafa, acompanhado de vinagrete de pimenta-biquinho com cebola roxa. "É uma adaptação de um dos carros-chefes da casa", explica.

O organizador  Antônio Lúcio acredita que várias das estratégias adotadas pelos novatos surgiram a partir da edição de verão. Por isso, explica que deve repetir a ideia de uma seleção com o voto público em 2017. E é só acabar uma edição para começar os preparativos da próxima. "Durante todo o ano, fazemos reuniões com os bares para discutir o que tivemos de aprendizado e trazer ao conhecimento as críticas e sugestões feitas no nosso site e nas redes sociais", diz. "Usamos isso para que os bares melhorem organização interna, atendimento e até instalações." Sócio do Zé Pileque, Aloísio de Castro ressalta a importância de participar de festivais exatamente pela profissionalização. "O Botecar de Verão nos deu condições de ver o que precisamos melhorar", diz. "O evento é a primeira grande oportunidade que estamos tendo, e nossa ideia é conseguir a classificação para 2018 e, quem sabe, ficar entre os dez primeiros." O Deu Pileque no Porquinho - cercadinho de purê de mandioca com molho de queijo de minas, bacon e taioba acompanhado de costelinha flambada na cachaça e molho de laranja com açafrão - é a aposta. Misturas complexas, estratégias certeiras e muita disposição já aparecem de sobra. Agora, está na mão dos botequeiros.

Por dentro do evento

Quando: entre 12 de abril e 13 de maio
Participantes: 50 estabelecimentos
Tema: Quintais de Minas
Eleição: Depois de provar o tira-gosto, cada cliente pode votar e dar nota de zero a 10
Mais detalhes: www.botecar.com.br

Conheça os participantes











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