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Estado de Minas CIÊNCIA

Estudo da USP descobre que a casca do amendoim é ótimo pigmento, antioxidante e bactericida

A ideia é usar o produto pouco utilizado pela indústrias para substituir os corantes artificiais


postado em 15/12/2017 13:59 / atualizado em 15/12/2017 14:32

Os pesquisadores da USP descobriram que a casca vermelha do amendoim pode ser suada como pigmento de alimentos e tem propriedade antioxidante e bactericida(foto: Pixabay)
Os pesquisadores da USP descobriram que a casca vermelha do amendoim pode ser suada como pigmento de alimentos e tem propriedade antioxidante e bactericida (foto: Pixabay)
Uma boa notícia para quem tem alergia a corantes que são usados na indústria alimentícia: pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP descobriram que pigmentos presentes na pele do amendoim poderão ser utilizados como corante e aditivo natural. Além de alternativa mais saudável aos pigmentos artificias, que podem provocar reações alérgicas nas pessoas, como o amarelo tartrazina e o dióxido de titânio, para a cor branca.

Além do uso como corante, a substância retirada da leguminosa possui ações antimicrobianas e antioxidantes.

É sabido que os pigmentos artificiais nos produtos industrializados são adicionados aos alimentos com o objetivo de aumentar a aceitabilidade dos consumidores, deixando-os mais atraentes aos olhos e ao paladar, alerta a engenheira de alimentos Andressa do Valle Colomeni, uma das pesquisadoras da USP. Balas, sorvetes, iogurtes, sucos em pó, refrigerantes, salgadinhos são carregados de corantes sintéticos. Pessoas alérgicas podem sofrer irritação na pele, vermelhidão, enjoo, inchaço nos olhos, urticária e, em alguns casos, até edema de glote (jnchaço da estrutura que fica na laringe).

A engenheira de alimentos esclarece que o corante natural da pele do amendoim, além de alternativa aos corantes sintéticos, possui substâncias bioativas importantes para a manutenção da saúde humana. Os compostos antioxidantes, por exemplo, auxiliam na prevenção de várias doenças ligadas ao coração (acidente vascular cerebral e infarto) e neutralizam radicais livres, que desencadeiam processos inflamatórios e a formação de placas nas artérias. Já as substâncias antibacterianas agem inibindo a ação das bactérias Staphylococcus aureus, Listeria monocytogenes, associadas a infecções de pele (celulite, acne e furúnculos), doenças mais graves como meningite e endocardite (inflamação do revestimento interno do coração) e outras.

Vale dizer que a pele vermelha do amendoim nunca teve valor comercial e, em geral, é descartada pela indústria como resíduo depois do processamento do grão. A pesquisa da USP, publicada no periódico científico Food and Bioproducts Processing, quis agregar valor ao extrato; estudar os processos de extração e de secagem; fazer análise nutricional do pigmento em pó; e, depois, propô-lo  como corante e aditivo natural em alimentos. O pigmento também não poderia perder suas características funcionais e benéficas para a saúde humana, nem mesmo quando os produtos suplementados com o corante estivessem armazenados em prateleiras de supermercados, explica Andressa Colomeni.

(com Jornal da USP)

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