Publicidade

Estado de Minas

Comemorando 20 anos, cervejaria Backer segue crescendo no mercado

A empresa mineira está dobrando sua capacidade de produção, prevê crescimento recorde este ano e aposta em duas novidades: uísque e gim


postado em 26/09/2018 14:43 / atualizado em 26/09/2018 15:05

Paula Lebbos, uma das sócias da Backer, na destilaria:
Paula Lebbos, uma das sócias da Backer, na destilaria: "Nosso uísque é muito diferente do que se encontra no mercado. Estamos trazendo algo novo" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Os tempos estão mudando na Backer. E não é apenas no sentido natural da palavra, mas também no metafórico. A cervejaria mineira está, afinal, em franco processo de transformação. Há 20 anos, foi uma das primeiras no estado a engarrafar a bebida, feita de maneira artesanal, a partir de água, malte, lúpulo e levedura. Dependendo do estilo, 15 dias bastam para a cerveja ficar pronta. Mas, durante viagem pelos Estados Unidos há dez anos, Paula Lebbos, uma das sócias da cervejaria, conheceu de perto o processo de fabricação do uísque. Encantou-se. Ela percebeu que o modo de fazer do destilado era semelhante ao da cerveja. Se não bastasse, o malte, seu velho conhecido, é também um dos principais ingredientes da receita. Aí se perguntou: "Por que não produzir uísque?" No entanto, a fabricação levaria bem mais do que os 15 dias a que estava acostumada. "Nós, cervejeiros, somos muito imediatistas. É um aprendizado. Temos de saber esperar e ter paciência", afirma Paula. Um bom uísque deve ser envelhecido em barris de madeira por no mínimo três anos. Conhecedora do mercado de bebidas, Paula não teve pressa. Produziu o destilado e colocou em barris de carvalho por cinco anos numa fazenda em Perdigão, a 140 km de Belo Horizonte. Neste ano eles foram abertos. O resultado é o Experience – Single Malte, que pode ser adquirido no Templo Cervejeiro da Backer, no bairro Olhos D’Água, pontos de venda e no site da cervejaria.

A produção do uísque da Backer representa também o momento pelo qual a empresa mineira está atravessando. Dizem que beber uísque significa alcançar a maturidade. A afirmação – por que não – pode se encaixar também para quem produz a bebida. Depois de consolidar o seu nome entre os bebedores de cerveja artesanal no estado, a Backer, que surgiu da antiga boate 3 Lobos, quer, de novo, surpreender o público. "Achamos que era um bom momento para fazer o que fizemos com a cerveja, há 20 anos", diz a diretora, que revela uma expectativa de crescimento para este ano de 25%, o maior até então da marca. "Nosso uísque é muito diferente do que se encontra no mercado. Estamos trazendo algo novo", diz Paula.  "É muito suave e fácil de beber. É uma porta de entrada de ótima qualidade para quem deseja conhecer mais sobre o mundo dos uísques", diz Hayan Lebbos, mestre-destilador da Backer, que ainda destaca as notas de mel, pera e frutas secas da bebida.

Hayan Lebbos, mestre destilador, conferindo o teor alcoólico do uísque:
Hayan Lebbos, mestre destilador, conferindo o teor alcoólico do uísque: "É muito suave e fácil de beber. É uma porta de entrada de ótima qualidade para quem deseja conhecer mais sobre o mundo dos uísques" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Durante a incursão pelo universo dos destilados, Paula, há dois anos, teve outra ideia: criar um rótulo de gim, bebida sensação entre os jovens. A exemplo do uísque, Paula pensou também em inserir ingredientes cervejeiros na receita. Entre tentativas e erros, um acerto: o lúpulo. "Não queria produzir simplesmente mais um gim para ficar na prateleira", diz Paula. Assim, surgia o Lebbos - Hop Dry Gin. Cerca de 90% dos barris adquiridos pela Backer vêm de uma destilaria americana de Bourbon, tipo famoso de uísque americano. Os tonéis chegam de navio e a viagem leva, em média, 90 dias. Com a fase de destilados da Backer, a empresa teve de investir cerca de 4 milhões de reais. Foram criadas no seu Templo Cervejeiro uma destilaria e uma uisqueria. Entre um gole de uísque e outro de gim, as brassagens (etapa inicial da fabricação das cervejas artesanais) continuam a todo vapor pelos lados do bairro Olhos D’Água. Recentemente, a empresa adquiriu oito novos tanques para dar conta da demanda do público por seus rótulos. A aquisição vai praticamente dobrar a capacidade de produção para 800 mil litros de cerveja por mês. Atualmente, a cervejaria engarrafa cerca de 650 mil litros mensais. O parque cervejeiro também vai passar por uma expansão ainda neste ano.

Tanta pujança acaba fortalecendo boatos que circulam sobre a venda da cervejaria para alguma grande multinacional do segmento. "Vivo recebendo mensagens dizendo que a Backer foi vendida", diz Paula. "Não posso garantir que isso não vá acontecer um dia. Mas durmo e acordo pensando nisso aqui. Você venderia uma coisa que você ama?" Apesar de os tempos na Backer estarem em constante mudança, tudo indica que ela permanecerá onde está.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade