Líder nas pesquisas de intenção de voto para as Eleições 2018, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a ser envolvido em polêmica. Isso porque a suposta ameaça de morte que o deputado federal teria cometido contra sua ex-esposa Ana Cristina Siqueira Valle foi publicada no jornal Folha de S. Paulo na terça, dia 25 de setembro. O periódico paulista diz que teve acesso a um telegrama endereçado ao Palácio do Itamaraty e cujo conteúdo, confirmado aos repórteres por duas fontes, seria assinado pelo embaixador brasileiro na Noruega, Carlos Henrique Cardim.
"A senhora Ana Cristina Siqueira Valle disse ter deixado o Brasil há dois anos [em 2009] 'por ter sido ameaçada de morte' pelo pai do menor [Bolsonaro]. Aduziu ela que tal acusação poderia motivar pedido de asilo político neste país [Noruega]", diz trecho do telegrama publicado pela Folha.
Buscando neste ano um mandato na Câmara dos Deputados, Ana Cristina – que está usando o sobrenome Bolsonaro na eleição – negou a suposta ameaça ao jornal paulista e publicou um vídeo em sua conta oficial do Facebook ainda na terça (25) para rebater o assunto:
Vale lembrar que no ano 2000, Bolsonaro chegou a dizer que teve vontade de fuzilar por "várias vezes" a primeira mulher, Rogéria Bolsonaro. A declaração do parlamentar foi feita numa entrevista à revista IstoÉ Gente, em fevereiro de 2000. Nela, o então parlamentar do PPB (ex-PP, atual Progressistas) criticava a ex-esposa Rogéria, que é mãe de seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos – todos detentores de mandatos parlamentares.
"Nunca bati na ex-mulher. Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes. Também nunca dei um tapa num filho. Gosto de chamar para conversar, contar piadas", declarou Jair Bolsonaro à revista, na ocasião. Segundo ele, o casamento de 19 anos com a primeira esposa acabou porque ela rompeu com o acordo que o casal tinha.
"Meu primeiro relacionamento despencou depois que elegi a senhora Rogéria Bolsonaro vereadora, em 1992. Ela era uma dona de casa. Por minha causa, teve sete mil votos na eleição. Acertamos um compromisso. Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para o meu celular para decidir o voto dela. Mas começou a frequentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores", afirmou o deputado à IstoÉ no ano 2000.
Bolsonaro declarou ainda que, na ocasião, estava muito feliz com a sua relação com Ana Cristina Valle, que havia dado à luz ao seu quarto filho, Jair Renan. Onze anos depois, já separado dela, o parlamentar teria acionado o Itamaraty após a sua segunda ex-mulher ter viajado com o filho para a Noruega.
Ainda internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP), o candidato do PSL não comentou o assunto.
(com Agência Sputnik)