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Estado de Minas GASTOS

Temer sugere reforma da Previdência já em janeiro

Governo pede que Bolsonaro envie a PEC durante o recesso do Congresso


postado em 20/11/2018 09:16 / atualizado em 20/11/2018 09:18

(foto: Antonio Cruz/Agência Brasil/Divulgação)
(foto: Antonio Cruz/Agência Brasil/Divulgação)

Segundo sugestão de Michel Temer (MDB), que consta do documento Transição de Governo 2018-2019 – Informações Estratégicas, elaborado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, seria bom que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) encaminhasse uma proposta de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para a reforma da Previdência até o dia 15 de janeiro de 2019.

Mas, nessa data, o Congresso Nacional deve estar de recesso, conforme o calendário do legislativo. As novas sessões plenárias, já com a composição de parlamentares eleitos em outubro passado, começa no início de fevereiro.

A reforma da Previdência Social é apontada como "necessidade imediata de revisão das despesas obrigatórias". De acordo com o ministério, o total das despesas obrigatórias somou no ano passado R$ 1,165 trilhão – o equivalente a 17,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o documento, aposentadorias e pensões equivalem a mais de R$ 4 de cada R$ 10 gastos pelo governo federal – a conta não inclui gastos com o pagamento e rolagem de títulos da dívida pública. Os benefícios previdenciários de trabalhadores aposentados e de pensionistas residentes em cidades correspondem a 34,2% das despesas obrigatórias da União. Os benefícios previdenciários pagos a moradores da zona rural equivalem a 9,4%.

As despesas obrigatórias limitam a autonomia orçamentária do governo, que o Ministério do Planejamento chama no documento de "engessamento orçamentário". Atualmente, os gastos compulsórios equivalem a 91% da despesa primária (excluída a dívida pública).

Desde 2014, ainda no governo de Dilma Rousseff (PT) o orçamento público apresenta déficit primário. Este ano, a previsão é de R$ 155,5 bilhões negativos. A falta de recursos no orçamento pode gerar necessidade de mais endividamento do governo, com a rolagem da dívida e a tomada de mais recursos no mercado financeiro. De dezembro de 2013 a junho de 2018, a dívida pública passou de um valor equivalente a 51,5% para 77,2% do PIB.

O documento elaborado para auxiliar a transição entre os governos Temer e Bolsonaro ainda chama atenção para a "rigidez orçamentária" devido ao "grande volume de receitas vinculadas" – quando a arrecadação prevê o gasto. "Existem hoje cerca de 400 normativos legais estabelecendo vinculação de receitas", informa o Ministério do Planejamento no documento.

Além de sugestões para reversão de despesas obrigatórias, o documento traz 15 capítulos que abrangem as áreas de competência do Planejamento, como a coordenação e governança das empresas estatais. O ministério defende no texto a privatização da Eletrobras, alerta para a "sustentabilidade econômico-financeira" dos Correios e da Infraero, e assinala o "risco" de outras empresas estatais "se tornarem empresas dependentes do Tesouro Nacional".

(com Agência Brasil)

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