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Estado de Minas PET

A dama e o pajem

Parte integrante da família, animais de estimação estão conquistando o posto de convidados de honra nas cerimônias de casamento de seus donos. Mas, para que tudo dê certo, algumas medidas devem ser tomadas


postado em 06/05/2013 18:34

Em setembro de 2011, a empresária Barbara Mattos Couto Gatti, de 33 anos, viveu um momento especial: seu casamento. O cenário era deslumbrante: a cerimônia foi realizada na capela do condomínio Retiro das Pedras, no município de Brumadinho, circundada pela serra da Moeda. Para sacramentar a ocasião, a tradicional entrega das alianças foi feita em grande estilo. Ao som da canção Leãozinho, de Caetano Veloso, a pequena Nina – cão da raça schnauzer, de 8 anos – foi quem levou o símbolo da união ao altar.  “Foi uma forma de eternizar a passagem dela em minha vida, já que sabemos que o tempo dos animais é bem menor do que o nosso. Jamais vou me esquecer do momento em que a vi entrando na igreja”, diz Barbara.

Marcela Ortiz, veterinária:
Marcela Ortiz, veterinária: "Se Jesus nasceu em uma manjedoura, cercado de animais, não entendia qual o problema de a Paris participar do meu casamento" (foto: Paulo Márcio)


A presença dos animais de estimação em momentos únicos como o casamento é cada vez mais comum. Os proprietários fazem questão de compartilhar suas conquistas com aqueles que mais amam, entre eles os pets, que já são tidos como membros da família. Atentas à nova tendência, as empresárias Myriam Letícia Kalvan e Bel Ornelas, do blog Casando com Amor, orientam suas clientes: “A demanda das noivas que nos procuram sobre este tema é crescente. Por isso, tentamos sanar todas as dúvidas para que se preparem da melhor forma possível e evitem imprevistos”, diz Myriam. Mais do que a vontade dos donos, é preciso respeitar os limites dos animais, tendo a consciência de que, por mais treinados que sejam, eles podem surpreender. “Por isso, é importante conhecer bem o bicho, saber qual o seu temperamento, observar sua linha de comportamento, especialmente diante de um número maior de pessoas e fora do seu ambiente doméstico. Fora isso, não vejo motivo algum para que não participem; é um desejo natural dos que amam os animais”, diz Júlio César Cambraia Veado, professor da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No dia do seu casamento, Barbara Gatti e o noivo Bruno Fernandes contaram com uma porta-aliança especial:
No dia do seu casamento, Barbara Gatti e o noivo Bruno Fernandes contaram com uma porta-aliança especial: "Jamais vou me esquecer do momento em que vi a Nina entrando na igreja", diz ela (foto: La Foto - Henrique Ribas e Thiago Mamede)


As possíveis surpresas não assustaram a veterinária Marcela Carvalho Ortiz, de 31 anos, que se casou no início deste mês. Mas nem tudo foram flores. Até conseguir autorização para que sua pequinês Paris fosse a porta-aliança na cerimônia, realizada dentro de uma igreja, Marcela percorreu um longo caminho. Durante um ano e meio, percorreu igrejas e capelas da capital. “Recebi várias respostas negativas, mas não desisti. Se Jesus nasceu em uma manjedoura, cercado de animais, qual o problema de um ser tão especial para mim participar do meu casamento?”, questiona. Sua persistência deu certo, tanto que o casamento foi celebrado na capela do Colégio Pio XII. Todos os detalhes foram pensados para que a Paris não se assustasse. “E, de qualquer forma, tivemos uma daminha de honra para acompanhá-la”, diz.

Mesmo quem não teve a mesma sorte de Marcela, de conseguir uma igreja, não desistiu – e deu aquele jeitinho para que os seus cães não faltassem à cerimônia.  Foi assim com a professora universitária Renata Giacomin Menezes, de 28 anos. Após ter autorização negada para que o labrador Pretinho e o mestiço Barth entrassem na igreja, encontrou uma solução. “Decidi que seriam eles que me conduziriam até a porta da igreja. Jamais deixaria que os meus grandes companheiros ficassem fora de um momento tão importante em minha vida.”

Renata Menezes (e o noivo Vitor Carvalho) com o labrador Pretinho e o mestiço Barth:
Renata Menezes (e o noivo Vitor Carvalho) com o labrador Pretinho e o mestiço Barth: "Decidi que seriam eles que me conduziriam até a porta da igreja" (foto: Eduardo Bedran)


A veterinária Andressa de Marco, 28 anos, também compartilhava o desejo de ter a buldogue Guga e a rottweiler Tayla em seu casamento, realizado em 2011. Chegou a mandar fazer roupinhas para as duas na mesma costureira que fez o seu vestido de noiva. Sem conseguir permissão da igreja que escolheu, imaginou que fossem utilizadas apenas para a sessão de fotos do seu álbum. Mas foi surpreendida: “Logo após a valsa, na festa do meu casamento, minha família entrou com as duas no salão, onde permaneceram por quase uma hora. Foi o melhor presente de casamento que eu poderia ter recebido”.

Para que um animal possa fazer parte de casamento realizadas em igrejas, o pároco responsável precisa dar autorização. Muitos não veem problemas. “Seguindo os ensinamentos de São Francisco de Assis, que chamava de irmãos a todos os elementos da natureza, em especial os animais, considero que, respeitando os limites do bom senso, a presença deles só  fortalece os vínculos existentes em toda a criação divina”, afirma o padre André Luiz, responsável pela celebração do casamento de Marcela.

Juntos até o altar

Saiba o que fazer para ter o pet no seu casamento

  • Defina primeiro qual papel o seu animal de estimação vai desempenhar na cerimônia. Ele pode, por exemplo, entrar sozinho levando as alianças ou ser apenas o acompanhante das damas e pajens
  • A partir daí, comece a treiná-lo para que tudo corra bem. É importante ambientá-lo com o local da cerimônia e músicas que serão utilizadas na ocasião
  • Leve sempre em conta o temperamento do seu animal e observe se ele se comporta bem na presença de muitas pessoas
  • Jamais se esqueça de encarregar alguém para cuidar do seu bichinho durante a cerimônia e esteja sempre atento às suas necessidades básicas
  • Prepare-se para possíveis imprevistos. Afinal, animais são como as crianças em cerimônias de casamento: impossíveis de serem controlados totalmente
  • Caso não consiga autorização em igrejas, pense em outras possibilidades, como sítios, chácaras ou capelas
  • Outras maneiras de eles participarem é na festa do casamento e fazendo parte do álbum de fotos dos noivos

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