
O LED continua mostrando seu poder, inovando a forma de iluminar ambientes. Os denominados Light-Emitting Diodes, semicondutores que transformam a energia elétrica em luz, já garantiam mais sustentabilidade ao processo e, agora, permitem também mais design. Cada vez menores, eles foram vistos não só em projetos luminotécnicos, mas também na decoração. Isso significa que a revolução chegou quando o assunto é a criatividade no desenho das luminárias, pois permitem que profissionais criem a peça perfeita. “A marca Flos, por exemplo, lançou várias luminárias decorativas com uma estética de obra de arte. Isso foi possível graças ao LED, que apresenta alto rendimento e ocupa pouco espaço", explica a arquiteta Naty Vasconcelos.
Essa revolução do LED faz com que não haja a separação entre projeto luminotécnico - feito por um especialista, de forma prática e técnica - e a iluminação decorativa, que costumava entrar em cena com o intuito de embelezar o ambiente. “Então, antigamente, o que a gente via era um projeto de iluminação cheio de embutidos no teto. Hoje em dia, não é mais necessário. Conseguimos otimizar o desenho usando menos luminárias, porém, mais eficientes. Temos, assim, mais formas de projetar a luz, além da downlight, que vai do teto para o piso", completa Naty.
E, com tanta tecnologia e possibilidades de projetar e dimerizar a luz, é impossível dissociá-la de um projeto de automação. “A automação da iluminação ganha força com sistemas que se ajustam às necessidades dos usuários. Por simples toques ou diferentes comandos é possível regular cor e intensidade, criando atmosferas personalizadas e otimizando a eficiência energética", explica a arquiteta Betânia Nascimento.
A seguir, você confere os highlights da feira pelos olhos das arquitetas Naty Vasconcelos, Betânia Nascimento, Paola Duarte, Renata Basques e Rafaela Mertens.
Vidro e materiais naturais como protagonistas
“O vidro está em tudo, com diferentes usos, formas, texturas e cores. Marcas como Foscarini, Flos, Vibia, Ingo Maurer e até os estúdios mais artesanais usaram o vidro canelado. Destaca-se também o uso de materiais naturais como fibras, cordas náuticas, couro e pedras naturais e uma novidade europeia: a pedra vulcânica. Há um apelo muito grande pela integração da sustentabilidade. O Studio David Pompa trouxe isso muito em evidência em toda coleção, inclusive com vidros recicláveis e luminárias produzidas a partir de fósseis”.
Paola Duarte, arquiteta
Bem-estar como tendência

Outra tendência diz respeito ao nosso bem-estar. Já entendemos o impacto da claridade natural e suas variações ao longo do dia no nosso ciclo circadiano. Já a artificial tem a mesma intensidade e cor sempre. Se você está no seu escritório e acende uma luminária, a luz é a mesma sempre, tanto de manhã, à tarde ou à noite, sendo que o ideal é ela seguir o fluxo mais próximo do que acontece com o ciclo natural. De manhã, mais amarelada, meio-dia, mais branca, e, no final do dia, mais amarelada novamente. A Vibia lançou uma luminária que é uma falsa janela que vai variando de cor de acordo com o horário do dia. A dimerização não vai ser só sobre intensidade, vai ser também sobre a cor da luz.”
Naty Vasconcelos, arquiteta
Obra de arte e naturalidade

A interação entre a luz e a sombra foi explorada de maneira fascinante. O balé entre o que se ilumina e o que se oculta define a estética de um ambiente, acrescentando as mais diversas percepções e personalidade ao espaço. A procura por soluções fidedignas à iluminação natural continuou a ganhar força, ampliando a conexão entre o interior e o exterior que o ser humano busca com maior intensidade nos últimos anos, promovendo ambientes mais saudáveis”.
Betânia Nascimento, arquiteta
Sustentabilidade e personalização

Outra percepção: a necessidade de personalizar, dar a sua cara ao produto. A Flos também lançou a MAAP com Erwan Bourollec. Você pode colocar os ímãs onde quiser e mudar a cara da luminária, sempre com LED e sempre com essa característica de personalizar. Vários lugares ao longo de Milão mostravam soluções com as quais você coloca a peça onde quiser, como as da From Lightning, que você define a altura, o local etc. Por fim, eu fiquei muito feliz com a clara preocupação com a sustentabilidade e tudo que estamos fazendo para melhorar a crise climática no nosso mundo”.
Renata Basques, arquiteta
Menos forma, mais atmosfera

Na luminária Vis-à-Vis, por exemplo, o metacrilato extremamente fino, translúcido e incolor esconde a tecnologia e torna a luz difusa e extremamente acolhedora. Além da delicadeza, outra forte tendência é de peças recarregáveis, com baterias com cada vez maior autonomia, permitindo, além de tudo, serem posicionadas livremente, como é o caso também da Vis-à-Vis.

Rafaela Mertens, Arca Arquitetos